Yann Arthus-Bertrand e o mundo visto de cima
De um bico pilotando balão para fotógrafo da Nat Geo: nada mal para Yann!
Que atire a primeira pedra quem nunca sonhou em ver o mundo de cima. Seja olhando de um alto edifício; seja voando num balão, sem a limitação de uma janelinha de avião. Uma visão ampla sem o distanciamento inacessível de um astronauta, mas longe o bastante para perceber o emaranhado que embeleza tantos cantos do planeta. E, claro, viver descobrindo novos lugares, padrões, paletas… e, claro, pessoas e bichos. Yann Arthus-Bertrand tem esse privilégio, e muito. Quem já assistiu o documentário Human: uma viagem pela vida com certeza já percebeu a imensa diversidade em seus motivos para empunhar a câmera.
Yann, porém, ao contrário de muitos fotógrafos longevos na fotografia (mais de 40 anos), não começou tão cedo. Já tinha 30 quando viajou com sua esposa para o Quênia a fim de estudar uma família de leões na reserva Massaï Mara. Não é de hoje que cientistas não ganham muito, então Yann teve que complementar sua renda, e assim começou a pilotar balões. Para a fotografia passar a ter mais presença em sua vida e seu trabalho foi um pulo. Focado nas questões ambientais, aos poucos cresceu e apareceu, indo para as páginas da National Geographic, Life e outros periódicos, e tornando-se referência em fotografia aérea.
Hoje Yann Arthus-Bertrand é embaixador da boa vontade para o meio ambiente pela ONU, é autor do livro A Terra vista do céu (mais de 3 milhões de exemplares vendidos), cinco filmes na carreira (Human até já esteve no Netflix) e estima-se que mais de duzentas milhões de pessoas viram suas exposições. Yann terminou por ser uma bela prova de que o famoso conselho de Robert Capa de chegar mais perto para melhorar seus cliques é apenas isso: um conselho, e bem falho.