Uma foto pode matar?
Não é todo dia que um fotógrafo, ou fotojornalista, como eles são conhecidos, encontram matéria prima para uma foto expressiva, daquelas que ganham a primeira página de um grande jornal ou são passíveis de ganhar grandes prêmios fotográficos. Algumas fotos marcam a “história”, e até podem mudar o rumo de uma vida? Quem não conhece a famosa foto feita pelo Kevin Carter, que fotografou uma criança africana sendo observada por um abutre? O resultado final dessa composição foi a morte de Kevin, que não conseguiu mais conviver com aquela imagem em sua mente e suicidou-se? Com esse exemplo, aonde quero chegar? O fotógrafo acima de tudo é humano, é um ser como qualquer outro, passível de sentimentos, acertos e erros.
Às vezes o lado profissional fala mais alto do que o humano, às vezes somos tomados por uma onda de desespero para captar momentos, mesmo que esses momentos possam nos colocar contra qualquer princípio ético. Existem situações que vamos nos deparar na profissão que teremos que decidir em segundos o que fazer, registrar, salvar uma vida, salvar a nosso própria vida (no caso fotojornalistas que cobrem guerras) e tudo isso em uma fração de segundos. Realmente é um tema muito, mas muito delicado, e principalmente polêmico, que diverge muitas opiniões profissionais.
A pergunta que faço aos amigos é: “Uma foto pode matar?“. E a minha resposta é SIM! Para justificar minha opinião, volto ao caso de Kevin, que foi massacrado por ter esperado 20 minutos para fazer a foto ao invés de ter ajudado a criança logo que viu o abutre se aproximar. Criou-se um dos maiores dilemas do fotojornalismo, no qual dizia-se que o fotógrafo numa situação como essa deveria ser uma testemunha ou um salvador? E para você, devemos ser menos profissionais e mais humanos?
Seu suicídio foi motivo de diversas discussões e estudos sobre a ética na fotografia como você pode ver neste vídeo.
Convido também à assistirem o documentário de Dan Krauss, “The Death Of Kevin Carter: Casualty Of The Bang Bang Club” (www.kevincarterfilm.com). Também veja o vídeo da música feita pelo grupo Manic Street Preachers, em sua homenagem.
O tema está em aberto e sempre estará. Para você, qual o seu veredicto final? Comente, opine, participe.