Três coisas que aprendi num Workshop de Fotojornalismo
Recentemente fiz um Workshop com o André Liohn, um grande fotojornalista que faz trabalhos para jornais como Folha de São Paulo, Veja e The New York Times. Ali eu aprendi muitas coisas sobre como elaborar uma pauta jornalística e sobre o processo de contar uma história. Agora, vou compartilhar três dos principais pontos que aprendi nesta semana.
#1 – Esteja dentro das histórias!
Muitos fotógrafos cobrem de forma neutra e imparcial os acontecimentos, mas isso acaba gerando imagens que são distantes. É como se a história estivesse acontecendo, e você estivesse de fora – correndo atrás dela. Para isso, envolva-se com seus personagens e conheça a fundo os sentimentos, o contexto e quem eles realmente são.
Envolver-se emocionalmente e mentalmente com o tema a ser fotografado também é essencial para um trabalho correto e de qualidade. Na oficina, André ilustrou dizendo que “não devemos correr atrás de história, mas sim participar delas”.
Um exemplo é a fotografia abaixo. O professor desta oficina fez esta fotografia em abril de 2011, quando soldados do governo esperavam para receber atendimento do único médico disponível em Misurata.
Pense nos grandes fotógrafos de rua, como Henry Cartier Bresson e outros. Eles não fotografavam qualquer coisa, mas fotografavam a sua vizinhança. Eles entendiam isso plenamente e sabiam como retratar nas imagens.
#2 – Sinta medo!
Sentir desconforto e medo faz parte do processo fotojornalístico. As maiores fotografias aconteciam em momentos que o fotógrafo não era necessariamente essencial. Muitas vezes, um fotógrafo é um incômodo!
Por exemplo, numa zona de conflito, como em guerras, a presença do fotógrafo é mais incômoda do que útil. Por isso, o profissional vai sentir medo.
O renomado fotógrafo pregava, neste Workshop, que sentir medo é o fermento da receita!
#3 – Seja subjetivo!
Contar fatos, apesar de essencial, é pouco para um fotojornalista profissional. É importante fazer fotografias subjetivas, que levante mais perguntas do que revele respostas.
Por exemplo, fotos que façam você pensar ou que leve a discussões sobre o assunto. Mais que informar, o objetivo da fotografia, segundo André, deve ser de nos levar a questionar sobre assuntos que estão acontecendo mas que poucas pessoas sabem.
Foi uma incrível experiência participar deste Workshop, e estou cada vez mais decidido à criar fotorreportagens e imagens documentais nas fotografias de casamento que trabalho.