Luke Shadbolt e o mar em poesia e violência
Quando um fotógrafo de surf dá ainda mais atenção ao mar vê-se melhor porque as ondas nos encantam
via Feature Shoot
Civilizações iniciam-se junto às águas, sejam dos oceanos ou dos rios. A própria história dos seres vivos começou na água. Nascemos praticamente nela, nos refrescamos, nos divertimos… É bastante evidente, biológica e historicamente, a importância deste bem hoje tão desperdiçado.
A mesma água, no entanto, que nos mata a sede também pode nos matar — até de formas estranhas. A água do mar que pode nos proporcionar uma gostosa viagem é a que pode nos afogar se caímos da embarcação e não conseguimos nadar.
Mostrando belamente essa intrigante dualidade, Luke Shadbolt registra as ondas do mar em imagens que tanto impressionam pela beleza e poesia; como pelo impacto quase audível nas imagens. Nessa experiência praticamente sinestésica, no entanto, Shadbolt parece ter somente um respeitoso assombro e uma certa admiração. Não há menção a eventuais estragos em barcos e orlas: a Natureza como ela age, sem julgá-la, é o que o fotógrafo nos transmite. A poesia do mar é mostrada com toda força e beleza.