O lado ácido da fotografia: RTFM
Quem é curioso tem dúvida. Nem que seja por um curto tempo, até encontrar a resposta ao que lhe aflige. E hoje em dia é bem fácil matar as pulgas, carrapatos e piolhos que nos dão atrás das orelhas (ou por onde estejam!), com a internet e etc – disso certamente estão carecas de saber (epa, carecas têm piolhos?!).
O que não parece ter mudado muito é o mau hábito de comprar uma câmera e não ler o manual. Sim, porque antes de comprar acessórios e trocar dicas e dúvidas em fóruns e afins não custa dar uma lida neste livrinho que parece ser só propaganda do modelo da câmera e da linha de produtos à qual ela pertence (bom, às vezes essa impressão é quase 100% certa…). Não à toa o famoso fotógrafo Clício Barroso, mesmo com todo seu profissionalismo, soltou certa vez este tweet:
Pra quem não sabe, RTFM significa Read The F***ing Manual, ou em bom (?) português Leia a P**** do Manual. Ele não foi elaborado, desenhado, impresso e enviado com sua câmera por acaso, acredite.
Claro que uma leitura dele não resolverá todos seus problemas, que podem ser mais específicos que as questões abordadas no livrinho (supondo ser um livrinho). Mas os fundamentos básicos do uso e da exploração da sua câmera estarão lá – da descrição do que vem com a câmera até uma introdução aos recursos mais avançados de captura que a câmera possui. Se não está, procure na página da marca. Também não tem? Reclame!
Para o que não está lá e não espera por ver em resposta da empresa, existem fóruns como o Digital Foto. Porém é sempre bom lembrar que pode ser um pouco frustrante lidar com questões básicas que poderiam ser respondidas com uma rápida lida no guia da câmera (a Claudia Regina que o diga…). Aliás, tão terrível quanto saber que o usuário da câmera não leu o manual é saber que ele sequer existe ou não ajuda em nada! Acredito ser esse um dos diferenciais de adquirir um modelo de uma marca mais conhecida – elas tem mais a perder se não fizerem as coisas como devem ser feitas. Ou seja, a percepção de falta de cuidado e dedicação ao usuário aumenta com o tamanho da marca, pois as expectativas são maiores. E acreditem: as empresas hoje em dia levam tão a sério suas imagens públicas que é mais eficaz reclamar no Twitter que no Procon.
Por outro lado, se você sai jogando em vários fóruns de fotografia e eletrônicos uma dúvida que poderia ser tirada no manual, a impressão que os outros fotógrafos vão ter (ou deveriam ter) é de que você é no mínimo um tantinho preguiçoso e sequer deve tirar proveito da câmera que tem (se for uma DSLR topo de linha, a impressão aumenta!). E, convenhamos, ninguém quer ser conhecido pela preguiça em conhecer sua própria ferramenta – apresentem-me um que goste e eu ponho o nome no rodapé.
Por falar em fóruns, existe também o onisciente, onipresente (já? no Brasil não…) e muitíssimo bem lembrado Gúgou! Sim, o bom e velho adolescente Google também pode dar uma mão preciosa, se souber buscar de forma eficaz, utilizando aspas e outros truques para uma pesquisa mais certeira. Como citei no comecinho do texto: a internet está aí para nos ajudar, desde o uso em universidades, lá nos primórdios. Só não é desde o nascimento da web porque antes era de militares, e pela amostra do estrago que se fez no Afeganistão se tem uma noção de como deixar algo nas mãos deles pode não ser boa ideia – ainda bem que liberaram a internet! Enfim, usem-na, ela hoje é o Grande Oráculo onde estão as respostas que não estão no manual de sua câmera, seu flash… mas não esqueçam-se de consultar o tal manual, ainda que online, com carinho, sem medo, afinal você juntou uma grana para adquirir seu equipamento, por que tratar parte dele com desprezo?
No Fotografia-DG você pode encontrar vários manuais de câmeras, flash e software aqui.