Que tipo de fotógrafo você é?
Olá leitor! Essa é a minha primeira coluna na Fotografia DG e vou compartilhar com vocês um pouco do meu conhecimento e experiência, principalmente na fotografia de casamento, área na qual atuo. Mesmo assim, tentarei sempre abordar assuntos que sejam do interesse de todos.
O tema e pergunta dessa primeira coluna é: Que tipo de fotógrafo você é?
Convivo constantemente com vários fotógrafos, amigos, colegas, alunos, que algumas vezes se preocupam demais com alguns pontos específicos da fotografia.
Você com certeza conhece alguém que sabe tudo de equipamentos fotográficos. É só perguntar o modelo de uma lente que ele te passa não só todas as siglas e seus significados, como também ano de fabricação, pontos fracos e fortes, além de um possível lançamento da marca X que irá substituir essa daqui Y semanas. Fala com propriedade das diferenças entre essa, a marca X e uma outra Y também. Ele sabe tudo sobre regra dos terços e tudo o que os livros e manuais de fotografia dizem. Importante saber tudo isso? Sim, é. Mas não basta.
Mas tem também aquele que mal sabe dizer a diferença entre abertura do diafragma e velocidade do obturador. Fotografa até mesmo no modo P (P de profissional, como costuma-se brincar por aí) ou automático, ainda que fazendo algumas belas imagens. Conhece tudo sobre arte e conceitua seu trabalho como tal. Desenha com a luz com o equipamento que tem, muitas vezes um equipamento simples, uma câmera de celular talvez, mas faz bonito, sem ao menos saber como ou por que ficou daquele jeito. Regra dos terços? Nunca ouviu falar. Apenas foi lá e fez o que viu, o que sentiu. Sensibilidade pura. Isso também é importante? Sim, é. Mas não basta.
O que quero dizer aqui é muitas vezes somos pegos por alguns aspectos e ficamos obcecados por eles. Damos mais valor à um e deixamos os outros de lado. E fotografia é um conjunto de tudo isso: técnica, linguagem, equipamentos, luz, direção, etc. Filosofar fotografia é uma delícia e importante também para quem fotografa. Mas só ela não basta. Precisamos conhecer também de equipamentos, o que eles fazem e não fazem, para então assim conseguimos o melhor com o que temos. É preciso conhecer usar a luz a nosso favor, seja ela natural ou artificial. Nós precisamos sim saber tudo isso e muito mais.
Eu adoro observar fotógrafos. Já vi gente fotografando com uma DSLR e outra pessoa ao lado fazendo a mesma foto numa pequena máquina digital. Pasmem, mas quem fez com a pequena máquina teve um resultado muitíssimo melhor. Talvez essa pessoa nunca tenha ouvido falar em composição, enquadramento, luz, mas tinha noção de estética. Ter equipamento de primeira não é tudo, e mesmo sabendo fotografar em modo Manual, não te faz um bom fotógrafo. É preciso saber mais, muito mais.
E pós-produção? Será que os fotógrafos têm se preocupado com isso? Quanto do seu tempo você se dedica a conhecer mais sobre softwares de edição de imagens? Já vi gente defendendo o RAW com unhas e dentes, mas na prática, não sabia quase nada do que ele pode oferecer.
Não faz diferença se você é um amador ou um profissional. Hoje em dia, isso pouco importa. O importante é você saber fazer direito. Com a popularização dos equipamentos fotográficos e a disseminação de conhecimento disponível na internet tem cada vez mais aproximado os amadores dos profissionais. Claro que isso não faz um amador um profissional, mas para ter cada vez mais excelência no que se faz, seja por hobby ou profissionalmente, é preciso estudar, muito! Estudar tudo sobre fotografia e até mesmo o que não é fotografia. Vamos ler mais, assistir filmes, peças de teatro, ir a shows, visitar obras de arte e viajar. Viajar não no sentido de pensamento, mas no sentido físico da palavra. Conhecer novas culturas. Isso sim fará você melhor, como fotógrafo e ser humano.
O que eu busco constantemente é me aprimorar a cada dia. Conheço muito pouco. Sou um eterno aprendiz. E estar aqui escrevendo para vocês não me faz professor ou dono da verdade. Me faz mais uma vez, um aprendiz. E tenho aprendido muito. Hoje, mais uma vez.