Profundidade de Campo na Fotografia de Culinária – Parte 2
Como vimos na primeira parte de nosso tutorial sobre a profundidade de campo na fotografia de culinária, temos três ferramentas disponíveis para controlar esse efeito.
- Abertura de diafragma
- Distância focal da objetiva
- Distância entre objeto e câmera
Analisamos a forma como a distância focal e a distância entre câmera e objeto se relacionam com a profundidade de campo. Agora vamos falar sobre a abertura de diafragma e suas repercussões.
A Abertura do Diafragma e a Profundidade de Campo
A abertura de diafragma é a mais importante ferramenta para o controle da profundidade de campo, de forma geral podemos afirmar que quanto maior a abertura do diafragma menor a profundidade de campo (ou seja, maior o desfoque) e quanto menor a abertura maior a profundidade de campo (ou seja, maior a sensação de nitidez em diferentes planos).
O que causa muita confusão é a relação numérica a respeito dos valores de abertura de diafragma, que representam uma relação inversa, ou seja, quanto maior o valor numérico menor a abertura e quanto menor o valor numérico maior a abertura.
Feita essa recapitulação técnica, concluímos o uso de um menor valor de diafragma contribui para uma imagem com menor profundidade de campo (maior tendência ao desfoque) e de maneira contrária, o uso de valores mais altos de diafragma contribui para uma imagem com maior profundidade de campo.
A seguir a mesma composição com mudança apenas do valor de diafragma demonstrando os efeitos possíveis através desse controle criativo.
Outro ponto importante é a questão sobre o chamado “Foco Seletivo” que corresponde à diminuição da profundidade de campo levada ao limite, em que temos nitidez em uma área muito limitada, bem definida e seletiva da imagem.
Muitos profissionais utilizam esse recurso de forma bastante agradável criando efeitos visuais realmente impactantes, mas deve-se ter muito cuidado, pois, embora esse recurso possa expressar uma beleza artística bem apreciada, por boa parte dos fotógrafos, no âmbito comercial, clientes e diretores de arte, muitas vezes, não ficam satisfeitos ao ver seu produto desfocado apenas com uma pequena área nítida. Por exemplo, o cliente que contrata o serviço para fotografar uma pizza, provavelmente, não irá ficar muito contente ao receber sua pizza desfocada e a azeitona em foco, afinal o seu produto não está adequadamente demonstrado, já se o cliente for o fabricante de azeitonas, então, teremos maior chance de agradar com esse resultado.
De forma geral, recomendo que na fotografia de culinária a profundidade de campo seja aplicada, de forma, que o produto principal esteja totalmente dentro da área nítida da imagem e que apenas os elementos de produção sejam desfocados. É evidente que isso não é uma regra e muitas vezes vemos o oposto disso em grandes trabalhos, mas com bom senso e boa vontade, podemos encontrar a medida certa para agradar clientes e expressar nossa arte.