Muito além do orçamento

Vamos falar de um assunto de extrema importância em qualquer trabalho de freelancer, a burocracia necessária chamada “descrição de orçamento”.

Afinal, quais perguntas devemos fazer antes de passar uma proposta de orçamento fotográfico e porquê.

Todo trabalho freelancer começa com um pedido de orçamento. Muitas vezes, para simplificar e fugir da burocracia, o fotógrafo evita fazer perguntas e passa o seu valor antes mesmo de ter detalhes do trabalho.

Mas, afinal, qual a real importância de uma descrição de orçamento dentro da fotografia? Mais especificamente, na fotografia de produto também conhecido com Still life.

[mepr-hide if=”rule: 37888″][mepr-unauthorized-message][/mepr-hide][mepr-show if=”rule: 37888″]De início, podemos afirmar que o envio de um orçamento detalhado ajuda muito ambos os lados, fotógrafo e cliente. Empresas de grande porte normalmente entendem isso e já fazem o pedido detalhando parte do trabalho. Porém, como freelancer, sabemos que nem todos os nossos clientes pertencem a grandes empresas. E é aí que mora o problema.

Quem nunca recebeu um email com o seguinte pedido de orçamento:

Cliente: “Tenho uma loja de roupas e preciso fotografar 100 peças do meu produto, quanto você cobra?”.

Diante de um cenário assim, vale ressaltar ao cliente que a importância de uma descrição de orçamento vai além dos “manjados” acordos burocráticos como: “prazo de entrega”, “forma de pagamento”, etc.

Tecnicamente falando, o fotógrafo tem a obrigação de procurar saber em quais mídias as imagens estarão presente. A informação é tão importante que arrisco dizer que o profissional que não faz esta pergunta provavelmente está tão perdido quanto seu cliente.

No entanto, explicar os motivos técnicos de determinados questionamentos ao cliente é praticamente impossível, afinal, ele não estudou fotografia. Não entende sobre correção de cores, tipos de arquivos, etc.

Por isso, vamos aos fatos.

Se você mandar suas imagens editadas em TIFF sabemos que o seu cliente não vai conseguir usar estas imagens na internet. Fotograficamente falando, arquivos em TIFF são indicados para imagens que serão usadas em impressões de revistas, como assessoria e anúncios publicitários.

Já o arquivo JPEG, mais conhecido entre o público em geral, é muito usado em sites, bem como em diversas outras formas de divulgação na web.

Quando falamos de fotografia de jóias em still, a complexidade aumenta de forma significante. Quem fotografa ou já fotografou jóia sabe que muitas vezes precisamos fazer montagens de foco de uma única peça, e essa montagem pode variar de 2 a vários cliques para juntar os focos posteriormente no tratamento.

Então, vamos a mais um exemplo:

Cliente: “Quero fotografar uma jóia minha, quanto você cobra por peça?”

Novamente reitero a pergunta que não deve faltar: “Caro cliente, em quais mídias você pretende usar sua imagem?”.

E por que, no caso de fotografia de jóias, além do tipo de arquivo a ser enviado, devemos saber isso antes de passar o orçamento?

Certamente porque grandes ampliações requerem uma edição muito mais detalhada do que imagens para sites. A imagem será ampliada e os “defeitinhos” destacados. Além disso, no caso da jóia, o fotógrafo ainda vai ter que fazer uma maior montagem de foco.

Bom, a partir daí não existe uma receita de bolo. Você não precisa encher o seu cliente com mil perguntas chatas e burocráticas sobre o orçamento dele. Mas lembre-se de fazer as perguntas mais relevantes.[/mepr-show]