Gerd Ludwig e o preço de Chernobyl
A energia nuclear é extremamente fascinante e muito eficiente. Chernobyl, porém, mostrou que o custo pode ser ainda mais alto.
Grandes poderes, grandes responsabilidades. Não se sabe ao certo a origem da frase, mas sabe-se o que houve em Chernobyl: uma mistura literalmente explosiva e radioativa de um planejamento falho, má comunicação e atitudes ruins, incluindo desleixo com algo sabidamente muito perigoso — o que terminou por amplificar todas as falhas.
É possível traçar uma cronologia precisa do que ocorreu na trágica explosão do reator 4 da usina Vladimir Ilvich Lenin (também conhecida por Chernobyl). Indo além, pode-se entender o que provocou e estendeu todo o desastre (no Ciência Todo Dia, por exemplo, há um ótimo documentário sobre). Por outro lado a intensificação de mutações genéticas e más formações devem ocorrer ainda por um longo tempo, e não há como prevê-las, nem o efeito delas na vida de cada afetado. Mesmo mães de hoje na região temem pelos filhos de amanhã.
Igualmente persistente deverá ser a manutenção dos restos do reator epicentro do desastre, além da vigilância do trânsito de intrépidos turistas nucleares (sim, existem, a série Turismo Macabro está de prova). E mais: existe ainda ativo na mesma usina um reator igual ao antigo nº 4: não é preciso dizer o que isso significa. Obviamente a informação e o controle são maiores nos dias atuais, mas bem sabemos que não a Humanidade é um tanto falha em sua avidez por poder e escolha de possibilidades.
Gerd Ludwig nos dá uma amostra do que ronda a mórbida cidade de Pripyat (onde encontra-se Chernobyl) e nos lembra que certas tragédias não podem nunca serem esquecidas.