Preciso realmente atualizar minha câmera?
Ter o último modelo de câmera oferecido no mercado pode ser o motivo de cobiça de muitos fotógrafos. Os fóruns de fotografia também são preenchidos por vários comentários sobre os benefícios que um novo modelo traz, o que nos orienta a encher com profunda necessidade por ter mais, e mais aquele modelo.
Porém é importante saber se você “quer” ou se “precisa” realmente do último modelo lançado no mercado. Pare e pergunte a si mesmo se vale realmente a pena investir num novo modelo: o que o meu negócio precisa? Qual a relação custo benefício? O novo modelo será compatível com as objetivas que já possuo? Qual será a vida útil estimada do equipamento?
Começando pela última questão, toda câmera possui uma vida útil estimada, e neste caso estamos nos referindo a uma das peças mais importantes: o obturador. Temos hoje no mercado obturadores cujo fabricante estima ter uma vida útil que vai de 100.000 até 200.000 disparos aproximadamente. E, dependendo da sua área de atuação, você terá uma idéia de quanto tempo este equipamento ficará com você, baseado na quantidade de fotos que você custuma tirar.
Adquirindo uma câmera nova, procure se informar se as objetivas que você possui serão compatíveis com o novo corpo. Você terá dificuldades se trocar por um nova marca uma vez que a baioneta das marcas existentes no mercado são diferentes: a Nikon utiliza o encaixe “F”; Canon oferece os encaixes EF e EF-S que sucederam o encaixe FD; Pentax utiliza o formato PK e a Leica o formato R. Você pode encontrar no mercado adaptadores para algumas das baionetas acima, porém, novamente é recomendável consultar o formato da baioneta e sua compatibilidade.
Ao ponderar a compra de uma nova câmera para substituir a antiga, pense também se você estará realmente aproveitando ao máximo os recursos e o potencial. Se você utiliza constantemente o ponto de foco central para compor e recompor o tema, justificar a troca do equipamento que possui 9 pontos por um que tenha 61 pontos focais, não será necessariamente útil.
A taxa de fotos por segundo (FPS) mais rápida de 6 em comparação com 3 fotos por segundo é útil talvez, se você frequentemente tira fotos de esportes, natureza ou imagens de ação em geral. Daí, pergunte-se qual será a frequencia que vai utilizar o modo burst?
Outra grande facilidade são os sites comparativos, onde você pode colocar os dois modelos (atual e futuro), que lhe fornecerá rapidamente os pontos fortes e pontos fracos de cada camera, recomendando inclusive os pontos principais da compra, por exemplo, “compre tal camera se desejar ISO mais alto, grande alcance dinâmico e alta taxa de frames por segundo”.
Até hoje eu utilizo minha primeira camera DSLR: Sony @330L em alguns eventos e retratos em geral. Da mesma forma que se eu desejo um primor maior numa ampliação, vou utilizar a Canon EOS 5D MK-III. Ainda assim, se eu quiser flexibilidade, posso optar pela Nikon D610 que opera nos modos FX e DX: o formato FX tem uma área de imagem baseada de 35 mm (36 x 24mm), a área de imagem do formato DX tem aproximadamente 24 x 16 mm, ou seja, considerando o fator de crop de 1.5x, uma única objetiva de 50 mm no formato FX, produzirá o equivalente a uma distância focal de 75 mm no formato DX.
Para finalizar, não invista muito dinheiro no corpo da câmera, prefira investir nas nas lentes – quem já está no ramo fotográfico, já sabe que as palavras bom e barato definitivamente não andam juntas. A corrida tecnológica dos equipamentos fotográficos podem nos levar a trocar constantemente de corpo da câmera por conta de novos recursos que vão surgindo e nos encantando. A lente é a parte mais importante do equipamento fotográfico e costuma custar bem muito caro. Ter uma lente de qualidade é parte fundamental para resultar numa fotografia nítida e sem distorções. Até podemos mencionar o velho ditado “panela velha é que faz comida boa”. Evidente que um dia teremos que substituir a panela também.