A Poesia Onírica de Man Ray
A partir de 1920 a fotografia não seria mais a mesma, e tal revolução se deve a um homem chamado Man Ray.
O amigo de Duchamp e co-fundador do primeiro grupo dadaísta de Nova York queria pintar, e só começou a fotografar para poder bancar os custos de seu ensaio como artista plástico. Foi assim, que fotografia e pintura começaram a se misturar e Man Ray cria uma técnica batizada de fotograma, a qual consiste em expor à luz objetos ordenados de forma dispersas sobre o papel fotográfico, criando assim imagens abstratas.
“Em lugar de pintar pessoas, comecei a fotografá-las e desisti de pintar retratos ou melhor, se pintava um retrato não me interessava em ficar parecido. Finalmente conclui que não havia comparação entre as duas coisas, fotografia e pintura. Pinto o que não pode ser fotografado, algo surgido da imaginação, ou um sonho, ou um impulso do subconsciente. Fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem.”
Man Ray também reinventou o modo de fazer retratos. Ao fotografar grandes personalidades da época procurava extrair delas sua essência ao mesmo tempo em que as colocava como personagens integrantes de suas fantasias. Sempre em preto e branco e sem direcionar jamais o olhar para a câmera seus modelos parecem estar sempre compenetrados em seus idiossincráticos idílios.
A monocromia contrastante de Man Ray, ressalta a forma e a disforma. Expõe todos os contornos. Disserta. Faz rima. Fascina.