Opulência e Decadência no submundo de Nan Goldin
Sexo. Fumaça. Olheiras. Renda. Agonia. Naufrágio e Mofo. Esse é o mundo frequentado e fotografado por Nan Goldin.
Ninguém melhor do que ela soube retratar a carência e a solidão dos grupos marginalizados. Prostitutas, homossexuais e garotos e garotas perdidos, tristes e mutilados são os personagens de suas imagens. Todos eles esfomeados por amor. Esperando ser olhados e tocados por alguém.
Nan Goldin nunca escondeu nada. Suor, lágrimas, sêmen, sangue e sofrimento são jogados na nossa cara. Sua explicitude me encanta, porque prova seu compromisso com a verdade. Nan revela tudo, a alma e a desgraça.
Suas fotos me comovem e me acometem de compaixão. Eu queria poder segurar na mão de todos esses meninos e meninas. Queria dizer que aceito carregar a metade de sua dor. A dor amarga dos sujeitos dilacerados. Que compreendo os seus suplícios insaciáveis. E que já provei do gosto pungente de sua angústia azul. Por isso entendo o que seus olhos de pálpebras derrotadas têm a me dizer.
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