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O raw e a sopa
Nos meus tempos de Fotografia amadora, o raw era um mistério e mesmo hoje em dia com minha experiência profissional, continuo lendo artigos que são de difícil compreensão, muito técnicos.
Hoje quero falar com aqueles que são amadores e que ficam na dúvida se o raw pode ser pra eles.
Eu sempre faço uma analogia do raw com a… sopa! Que é o seguinte, o raw (que significa cru) são legumes para uma sopa e o JPEG é a sopa pronta de saquinho, é claro que eu tenho muito mais possibilidades de ter um resultado melhor (e mais saboroso) se eu fizer a minha sopa com legumes selecionados e usando a minha experiência culinária, do que simplesmente ferver uma água, e cozinhar uma sopa pronta de saquinho perdendo sabores e qualidades. A questão aqui é: Eu sei cozinhar? Porque quando falamos em raw, estamos falando de um arquivo que te dá muito mais possibilidades de um bom resultado do que o JPEG, mas para isso você vai ter que aprender um pouco mais do mais do que simplesmente ferver uma água.
Fotografia de Bunches and Bits {Karina}
Mas o que o raw afinal? É como um negativo digital, esperando ser interpretado da maneira como você quiser. Um arquivo que contém todos os dados da imagem captados pelo sensor sem nenhuma perda, e aqui já cabe uma observação de que quanto melhor sua máquina, melhor o raw captado por ela. A profundidade de cor também é muito melhor, um JPEG de 8 bits resulta em 256 cores, ou seja, cada pixel pode guardar um canal com 8 bits de vermelho, 8 de azul e 8 de verde (2 elevados a 8 = 256!) e as imagens raw tem de 12 ou 14 bits (4.096 a 16.384). Isso tudo traz vantagens preciosas para edição da foto, já que você pode trabalhar profundidade de cor, balanço de branco, até exposição sem perder praticamente nenhuma qualidade, o que não dizer que não deva se preocupar em fazer a foto o mais correta possível na hora, mas muitas vezes estamos em condições de luz e equipamentos que não nos permite a melhor foto naquele momento.
Só vantagens? Não, os arquivos são bem maiores e todos precisam ser “revelados” em um programa que tenha algum plug-in para interpretar o raw, por exemplo, o Adobe Camera raw no photoshop, ou o Adobe Photoshop Lightroom, entre outros.
A minha experiência é a seguinte: Eu fotografo em raw, mas mesmo em câmera profissionais onde o resultado das imagens JPEG é ótimo (e dão menos trabalho de “revelação”.), o raw é superior! No workshop que ministro para amadores, recebo muitas vezes arquivos de máquinas bridges e semiprofissionais em raw e sempre depois de revelado no computador a qualidade é superior ao JPEG da mesma máquina.
Minha conclusão é que se você só quer registrar o momento sem muita preocupação com o resultado, vá de sopa de saquinho, mas se seu interesse é tirar o melhor da sua máquina fotográfica, prepare o livro de culinária, ponha o avental e mãos à obra! Desvende o raw, ele pode ser muito útil quando tiver visitas para o jantar.
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