10 motivos para (eu) querer uma Canon G1X
Antes de mais nada devo avisar que este artigo sobre a Canon G1X está cheio de termos técnicos que certamente serão fontes de dúvidas entre iniciantes na fotografia. Para ajudá-los, existem links no fórum, em caso de necessidade.
O que? Você tem uma DSLR e quer trocar por uma compacta?
Não, ninguém falou em trocar. É apenas um acréscimo no acervo. Ou kit ou equipamentos, ferramentas, como queira chamar. Sei que tenho uma boa DSLR (uma Canon T2i) com um conjunto muito bom de objetivas que me atende perfeitamente (a quem queira saber: uma 17-55 2.8, uma 11-16 2.8 e uma 50 1.8), mas é fato que por vezes quero apenas fazer fotos casuais, sem ficar “gastando” minha DSLR (sim, toda DSLR tem vida útil (duração estimada aqui)1, e como não ganho bem ainda com fotografia e não me sinto à vontade dando fim ao meu obturador antes do tempo com fotos que não devem me dar retorno financeiro, quero uma compacta.
Mas não será uma compacta qualquer, evidentemente. Tanto pelo motivo de que já sou bastante exigente em termos de qualidade quanto pelo motivo de que sei que hoje em dias já existem várias compactas com nível bem interessante de qualidade, em termos de imagem, aberturas de diafragma e etc. Será, como já explicitei no título, uma Canon G1X. O porquê, aliás, os porquês, já vou dizê-los.
1º motivo: A Canon G1X é pequena e leve.
Não tenho maiores problemas com o tamanho da minha câmera, mas com o peso às vezes tenho. É bem chato ir, por exemplo a um local como o Vale do Catimbau e ficar com ela nas costas ou pendurada no ombro, mesmo que apenas com a 50mm (cinquentinha para os íntimos) e o flash acoplado em cima. Sem flash fica bem mais leve, mas ainda chato de ir segurando na mão, pois apesar de pouco mais pesada que uma Canon G1X, sua anatomia não foi feita para carregar para lá e para cá sem parar várias vezes para ser levantada e usada – segurando-a sempre para baixo só força os dedos com o peso (exagero? faça a experiência de ficar um bom tempo andando com uma DSLR na mão).
Por isso também não pego uma câmera do tipo bridge (aquelas chamadas mais que erroneamente de semiprofissionais – nem é o equipamento que tem profissão e profissional pela metade não existe). Por esse motivo também não me arrisco a pegar uma câmera como uma NEX-5 da Sony com uma objetiva 18-55 um tanto desproporcional ao corpo.
OK, mas por que não pegar uma compacta tipo uma compacta mais simples/humilde?
2º motivo: Controle.
Fotógrafo que se preze procura ter um mínimo de controle ao clicar, seja num evento, num ensaio ou em cliques casuais. Se não procura, é o típico fotógrafo que reclama que sua câmera é ruim, que sua câmera “não é lá essas coisas” ou que “é muito difícil acertar nas fotos assim, de noite/de fogos/com a pessoa se mexendo/outro motivo”.
Não falo de ter modo totalmente manual (embora a Canon G1X, assim como a Canon G12 e outras compactas do tipo tenham), mas um mínimo de controle sempre é bastante melhor que clicar com uma point-and-shoot que só lhe deixa dar o zoom, e se quiser fazer algo mais “incrementado” como regular o EV tem que acessar o menu da câmera e achar onde está esse recurso – é claro que a grande maioria das pessoas se cansa antes de encontrar o que quer, se é que o encontra.
Tá, mas com uma bridge eu também teria controle, e um ótimo zoom, ou mesmo com uma micro quatro terços (ex: série G da Panasonic), ou uma compacta top da Nikon…
3º motivo: Ótimas aberturas de diafragma, sem precisar de objetiva fixa.
Por mais populares que sejam as compactas da Sony, sejam as W que metade do Brasil usa (só perde para a TekPix – a mais vendida do Brasil! XP), uma NEX propagandeada pela Adriane Galisteu (que promete desfocar seus conceitos do que é ser profissional em 3 minutos), ou basicamente qualquer outra compacta do tipo fina-leve-e-feita-para-todo-mundo-usar, elas costumam sofrer de um problema crônico; aberturas de diafragma insuficientes para compensar a ausência de um bom flash externo, e assim obrigam o usuário (isso quando não fazem elas mesmas) a subir o ISO, o que num sensor típico de compactas tem geralmente efeitos desastrosos: definição vai para as cucuias e o ruído nas imagens fica muitas vezes grotescamente evidente.
Essa introdução toda foi basicamente só para dizer que quando não se tem muito sensor, uma resoluçào “espremida” e uma situação que em termos de luz não é lá muito favorável, ter ótimas aberturas de diafragma é uma ajuda e tanto, e nisso a Canon G1Xcapricha: ela tem aberturas f/2.8-5.8. Não são melhores que as da G12, sua antecessora (que tem aberturas f/2.8-4.5), mas considerando que a “caçula” possibilita subir mais o ISO, ao contrário da maioria de suas concorrentes, isso é fabuloso!
E as outras compactas bem boas, tipo a Nikon P7100, a Panasonic Lumix GF3 e etc, tão bem faladas?
4º motivo: Imagens melhores.
Enquanto muitas câmeras processam as imagens para encher olhos de quem vai imprimir apenas fotos 10x15cm (vide série W da Sony, câmeras da Casio, GE e outras vendidas em lojinhas quase falidas de fotografia), a Canon G1X não comete esse erro comum e péssimo para quem quer ter imagens nítidas sem artifícios enganadores.
Na verdade, apenas uma parte do motivo das imagens serem melhores na G1X é o processamento. Outra parte é o tamanho do sensor. No caso das NEX o sensor é APS-C, ou seja, segue proporções de sensores feitos para as DSLR básicas, o que como fato isolado é melhor que ter um sensor que apenas aproxima-se dessas proporções, como o da G1X (o sensor desta compacta da Canon é de 18.7 x 14mm, contra 23.5 x 15.6mm do de uma NEX-5N)2. Para terem uma ideia visual da diferença entre sensores APS-C, o sensor 1.5” da Canon G1X e os das compactas mais comuns, vejam esta página da Adorama.
Porém como tamanho de sensor não é tudo, há também outro fator que influencia bastante: a densidade de pixels, ou seja, a relação pixels/tamanho do sensor – nisso o novo modelo da Canon ganha mesmo das celebradas NEX, com sua resolução honesta de 14 megapixels, o que, junto com o sensor com boas proporções, torna a densidade de pixels mais baixa, diminuindo o ruído nas imagens e entregando uma definição extra, o que é sempre bem vindo. E, a propósito, se tem dúvidas disso, é só examinar a diferença entre as imagens feitas em ISO 3200 com a G1X e feitas com uma Lumix GF3 ou uma Nikon P7100 no Comparometer.
Note que numa câmera de densidade ainda menor como a X100 da Fuji as coisas ficam ainda um pouco melhores – mas aí tem um considerável preço extra a pagar.
5º motivo: Sapata hot-shoe.
Outro bom motivo para não pegar uma compacta mais básica é a presença de encaixe para flash externo (dedicado), do tipo TTL, que dispara de acordo com a fotometria feita pela câmera.
É fato que poder usar um flash externo é bastante melhor que ter apenas um flash embutido de câmera, mesmo que este último possa ter sua carga de disparo ajustada para não transformar vivos em fantasmas e belos backgrounds em cenário de filme de terror, quase todo afundado em sombras.
Um flash externo permite ser virado pelo menos para cima e, se necessário, conectado a um cabo para ser disparado de ângulo fora do padrão (ou seja, não de cima da câmera). Flash embutido não faz nada disso (nem permite sequer um pequeno rebatedor).
6º motivo: fotografa em RAW.
Ao contrário de muitas outras câmeras compactas, a G1X entrega arquivos RAW sem instalar qualquer adicional ao firmware da câmera ou em seus cartões de memória. Esse é um bom motivo para esta câmera ser utlizada como câmera de horas vagas por profissionais ou amadores que prezam por ótima qualidade de imagem, incluindo suporte a melhores tratamentos posteriores (aqui no DG já explicamos as diferenças entre JPEG e RAW).
7º motivo: Monitor articulado.
Hoje em dia não é tão incomum uma câmera que esteja “abaixo” das DSLR tenha um LCD que pode ser virado para pelo menos um sentido (quando não vários), principalmente devido às câmeras bridge, que entusiasmam cada vez mais os que adoram usar a câmera para produzir vídeos com baixo custo (embora costume ser mais interessante em termos de imagem gravar com DSLR ou filmadora dedicada). Mas entre câmeras pequenas e leves, isso não é algo tão disseminado, e ter um monitor assim é uma mão na roda na hora de clicar algo num ângulo mais inusual, ou apenas dar aquele autoclique com seu amigo(a) ou ídolo(a), ou namorado(a)…
8º motivo: Bom zoom, sem trocar de lentes.
Não são 20x de zoom, eu sei – e aliás, nem chega perto disso. Mas é um zoom bom. Quem já utilizou uma DSLR da Canon, por exemplo, e se deliciou com uma 24-105mm sabe do que estou falando. Embora de uns tempos para cá a noção entre amadores do que é um bom zoom tenha ficado distorcida por causa dos sucessivos lançamentos de câmeras com 20, 30x de zoom, há que se ter em mente que ter até o equivalente a 112mm sem trocar de lentes é o suficiente para a grande maioria das situações cotidianas dos fotógrafos amadores, e juntando a isso uma qualidade de imagem muito boa que permite, em certas circunstâncias, um corte para simular maior “aproximação”.
Uma compacta com objetivas intercambiáveis também poderia possibilitar um bom zoom com uma objetiva 18-200mm, mas quem estivesse portando a câmera ainda teria que lidar com o tamanho do equipamento, que não seria tanto menor que uma DSLR. Junte a isso o estabilizador, que nem sempre é presente, e na Canon G1X é, e temos mais um ponto para a Canon.
Menos fotos tremidas, pelo menos!
9º motivo: É da Canon.
Não é que simplesmente ser da Canon seja sinal de que é bom. É um indício, mas não prova definitiva, já que na prática não existe marca boa, e sim modelos bons, que podem ser de qualquer marca. Câmera é ferramenta, não faz sentido comprar uma pela “grife” dela: tem que analisar o custo-benefício e ter em mente suas necessidades – e o mesmo vale para seus acessórios.
No meu caso ser da Canon é um extra bacana porque minha câmera é da Canon, e um pequeno flash externo para a Canon G1X poderia ser usado também na minha T2i / 550D. Outro usuário de DSLR Canon poderia apontar como vantagem ainda o fato de poder usar, para ambas câmeras, o Digital Photo Professional (DPP) da marca – mas aí já não é meu caso, já que utilizao o Adobe Lightroom para editar e gerenciar minhas imagens.
Tá, mas com essa pose toda de boa, não deve ser muito mais barata que uma DSLR básica ou uma outra compacta premium atual.
10º e último motivo, mas não menos importante: Preço.
De nada adianta ser uma maravilha de câmera e ter um preço proibitivo, bem mais caro do que vale ou o usuário pode pagar. No meu caso, acho o preço de US$ da Canon G1X justo, e bem mais palatável do que os US$ 1200 de uma Fujifilm X100, outra compacta premium, ou os US$ 2000 de uma Leica X13. Uma DSLR básica como a Canon T3 / 1100D sai por US$ 550, com objetiva 18-55mm (mas aí tem-se menos zoom e menores aberturas).
Sei que isso é bem mais caro que muitas compactas por aí, mas convenhamos, com todas as vantagens que ela oferece e ainda as possibilidades de aprendizado, vale a pena.
Conclusão
Citei apenas 10 motivos, mas poderia ter citado mais. No entanto, pode ver outro motivos, além de alguns contras no hands-on da revista Digital Photographer.
Assim sendo, tenham a certeza de que eu vou comprar uma, e quem estiver buscando uma câmera compacta com ótima qualidade e que possa servir de alternativa muito boa para a utilização de câmera DSLR em fotos que não necessitem de tal tipo de equipamento (e consequentemente, aquisição de objetivas, maior peso e etc) deve considerar seriamente este modelo pelo qual me apaixonei desde que soube de sua existência, e cada vez mais penso que esta é a compacta ideal para mim, e pode ser também para você (se tiver dúvida, consulte no fórum Digital Foto – será bem vindo!).
1 fonte: Julio Preuss – TechTudo
2 fonte: revista Digital Photographer nº 17 (fev/2012)
3 fonte: loja B&H