Marketing para fotógrafos: o que você precisa saber (e fazer)
Nesse artigo vamos falar para fotógrafos profissionais ou fotógrafos amadores que estão considerando tornar a câmera sua atividade geradora de renda.
Ainda que falar da fotografia como “atividade geradora de renda” soe pesados aos fotógrafos que pendem muito mais para o lado artístico da coisa, é importante entender que por trás do conhecimento artístico, técnico e cultural que permite a criação de imagens únicas e encantadoras, há um profissional empreendedor que vive disso e precisa pagar as contas no final do mês.
E para que nossa profissão como fotógrafos seja sustentável, é preciso se preparar não somente do ponto de vista técnico, mas também do ponto de vista empreendedor. Certa vez ouvi em uma palestra do Fabio Laub, fotógrafo de casamentos e grande empreendedor, que o fotógrafo não deveria querer morrer como Van Gogh que, apesar de ter um talento artístico raríssimo, profundo e expressivo, vendeu poucas obras e viveu na miséria. Somente alguns anos após sua morte que colecionadores de arte passaram a pagar altos preços pelas suas obras, que atualmente valem milhões.
Marketing para fotógrafos via shutterstock.com
Para ter uma carreira bem sucedida na fotografia é imprescindível conhecer e aplicar princípios de marketing na sua empresa, mesmo que ela seja uma “eu-presa” :-)
Descomplicando um pouco o conceito de marketing, vamos entendê-lo como “mercadear”, ou seja, se relacionar positivamente com o mercado. Entenda “mercado” como o seu mercado de atuação, não importa qual seja. Fotografia de casamentos, newborn, produtos, ensaios sensuais… Não importa. O que importa é que o primeiro passo para ter uma boa relação com o marketing é conhecer seu mercado de atuação. E o mercado não funciona somente como um ambiente externo ao seu estúdio ou escritório. Sua empresa precisa se autoconhecer. Os ambientes de mercado nos quais ela está inserida se dividem em externo e interno. Veja:
Ambiente externo: tudo o que não está sob controle pleno da empresa, mas a influencia: cenário político, econômico, novas tecnologias, alterações no comportamento dos consumidores, concorrência, etc.
Ambiente interno: compreende tudo o que está ligado à própria empresa: qualificação dos funcionários (ou do único funcionário que pode ser você), fluxo de caixa, modelos de gestão, os softwares que usamos, sistemas de backup de fotos e por aí vai.
Simplificando tudo isso, vamos imaginar que você é sua empresa. Ou seja, você é a pessoa que, além de fotografar, administra a empresa, cuida do financeiro, realiza as vendas, trata as fotos, diagrama os álbuns e tudo o mais. Você PRECISA conhecer todas as características internas da sua empresa para identificar quais são seus pontos fortes e fracos, e a partir daí usar dos pontos fortes como trampolim e consertar os pontos fracos. Isso só se faz com autoconhecimento da empresa. Imagine que suas fotos deixam qualquer um de boca aberta, mas nesse processo de conhecimento da empresa você percebe que está completamente perdido na formação de preços. Você ainda não definiu uma política para isso e começa a perceber que isso tem afastado potenciais clientes de fecharem negócio com você. Ok, o ponto falho foi localizado. Se você não eliminar ele, o mercado se encarrega de eliminar sua empresa. E infelizmente o mercado é cruel.
Maaaaas não se desepere! O processo de conhecimento da empresa é o que vai permitir encontras as falhas e corrigi-las :)
Falando sobre o ambiente externo, as variáveis são bem maiores, mais complexas e consequentemente perigosas. Certa vez um amigo meu investiu uma grana pesada para abrir uma empresa de venda de baterias automotivas sem conhecer a fundo a legislação vigente para o mercado que ele pretendia atuar. Poucas semanas depois da inauguração, ficou sabendo que havia um empecilho na legislação suficientemente capaz de criar uma enorme dificuldade em comprar determinados produtos para revender, que seriam os itens que mais renderiam lucro. A legislação não iria mudar tão cedo e infelizmente em menos de um ano ele fechou as portas.
Falamos da variável política, mas vamos pensar em outro exemplo sobre a questão das mudanças tecnológicas em nosso próprio mercado. Na transição da fotografia analógica para a digital, um número gigantesco de fotógrafos foi atirado para fora do mercado. A grande maioria que permaneceu soube ler o mercado e gradualmente foi se adaptando ás novas tecnologias. Quem não entendeu o peso dessa mudança na área tecnológica da sua área de atuação saiu do jogo.
Mais uma vez: Empreender na fotografia requer muito conhecimento e estudo de mercado. Na verdade isso é imprescindível em qualquer área.
Antes de passar a próxima parte do nosso papo, gostaria de propor um exercício: levante da cadeira e vá para um lugar que tenha ar puro (se possível bastante verde também. Isso geralmente ajuda!) e pense sobre quais são os pontos fortes e fracos da sua empresa, anotando tudo numa folha de papel. Você vai descobrir que mesmo sabendo essas informações quase que inconscientemente, o exercício de anotar os pontos fortes e fracos do seu trabalho e da sua empresa vai te dar uma visão mais abrangente e, consequentemente, ideias de como melhorar sua carreira investindo os pontos fortes e consertando os pontos fracos.
No próximo artigo vamos falar sobre como fazer um planejamento de marketing simples para alavancar seu negócio de fotografia. Um abraço e até lá!
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