Lightroom – entendendo o conceito de edição não destrutiva
Desde 2007 no mercado, o Lightroom (LR) está se firmando como uma das ferramentas preferidas dos fotógrafos. O programa, além de poderosas ferramentas de correção e ajuste de imagens, ajuda em todo o fluxo de trabalho, desde a importação e catalogação de arquivos, backup, edição, seleção, classificação e, de lambuja, gera slide shows, galerias para a internet e impressões customizadas.
A maior dificuldade de quem começa a trabalhar com o Lightroom é entender o motivo de não haver como salvar as alterações na fotografia. Neste artigo, eu explico a razão, mas antes precisamos entender um conceito chamado metadados.
Metadados quer dizer basicamente “dados sobre os dados”. Para um melhor entendimento, vamos definir que o dado principal de uma fotografia é a imagem capturada pela câmera, codificada num arquivo como números que representam o tom, a intensidade e a saturação de cada ponto da foto. Os metadados são outras informações que ajudam a descrever a imagem, ou seja, “dados sobre os dados”. Por exemplo, além da imagem, a câmera grava no mesmo arquivo, em seus metadados, a hora em que a fotografia foi feita, que lente foi usada, qual o número de série do equipamento, que abertura estava sendo usada, se foi usado flash, qual o modo em que a câmera estava regulada, etc.
Além desses metadados criados pela própria câmera, uma infinidade de outros metadados podem ser criados e usados, como título, descrição e autor da fotografia, palavras-chave, local, etc. O Lightroom nos permite ver e alterar de uma maneira muito completa estes metadados, e também nos permite utilizá-los de uma forma muito ampla. Além disso, as edições realizadas pelo LR não são gravadas como dados de imagem, mas sim como seus metadados. Isso é muito importante compreender, já que cada vez que uma alteração é feita, a imagem original continua inalterada, apenas são acrescentadas informações a respeito da alteração na imagem.
O Lightroom possui um banco de dados para armazenar esses metadados, além de outras informações sobre as fotografias, chamado catálogo. Cada vez que uma imagem é alterada no LR, essa alteração é salva imediatamente no catálogo.
Para ilustrar, faço uma comparação com um editor de imagem tradicional: ao converter uma foto para preto e branco, depois que esta foi salva, é impossível recuperar as cores originais. Já o Lightroom não salva as imagens, e sim apenas metadados referentes às suas alterações. Portanto, uma foto convertida para preto e branco no LR pode ser facilmente recuperada ao seu estado original, pois apenas os metadados foram alterados, mas a imagem em si permanece a mesma que foi importada da câmera. Isso dá segurança e liberdade para brincarmos com a fotografia, sem medo de arriscar estragar alguma coisa, já que tudo pode ser desfeito a qualquer momento.
Por esse motivo não há o comando para salvar no Lightroom, já que seu modo de trabalhar dispensa essa etapa. Claro, sempre podemos gerar arquivos com o resultado final das edições, usando o comando exportar, mas mesmo assim as imagens originais são preservadas.