Iluminações Combinadas + Photogel
Técnicas de iluminação com flash portátil
Iluminações Combinadas + Photogel
Flash Portátil + Luz Natural + Estúdio
Bommmmmmmmmm diiiiiiiiia, minha gente!! :)
Hoje quero falar com aquelas pessoas que pensam que só se pode fotografar com muitos equipamentos para que a iluminação seja profissional e bem distribuída pelo enquadramento.
(MODELO: FABIANA PIRRO / CLIENTE-STYLING: SERÁ O BENEDITO-SP/BRASIL / MAKE UP-HAIR: HENRIQUE MELLO)
Esta foto foi feita para uma marca brasileira “será o benedito” e aqui o mais importante era conseguir ter relevo nas roupas sem que isso acabasse por criar um padrão de luz masculina que é (sempre construída com EV distante entre a luz principal e a luz de preenchimento e se eu optasse por um padrão de luz mais frontal característico da “luz feminina” perderia a textura da saia/top.
Vale lembrar que há aqui no Fotografia-DG dois tutoriais meus bastante aprofundados sobre o assunto “luz masculina e luz feminina” que você vai encontrar aqui mesmo no www.fotografia-dg.com em https://www.fotografia-dg.com/configuracao-tecnica-da-iluminacao-feminina-em-moda-beauty-e-retratos/ e também em https://www.fotografia-dg.com/tecnica-iluminacao-luz-masculina/
Volto a repetir que sem o fotômetro é impossível ter a certeza de que todas as áreas recebem a mesma luz evitando pontos da imagem mais claros do que outros (mesmo que seja com flash(es) portátil(eis).
Continuando…
Para que fique fácil vocês acompanharem o meu raciocínio, vou explicar exatamente como foi aquele momento:
1) Estávamos em exterior e havia luz do sol lateral da esquerda para a direita (por incrível que possa parecer já que aqui parece o contrário, certo? … Era uma luz natural que refletia na parede de um edifício sendo que o resultado era o mesmo de uma softbox (difusa) que não é a ideal para mostrar as texturas da roupa em função do contraste mais baixo. Por isso, pensei … hmmm, e agora?! Cheguei à conclusão de que essa luz teria a função de fazer o preenchimento das sombras (fill light) e que o melhor seria criar uma luz principal (key light) com flash que simularia a luz do sol direta onde as sombras são mais densas.
2) O fundo é de papel branco (rolo) e aqui vai uma dica bacana … Ao invés de fazer o papel descer paralelo à parede, puxe-o para frente criando um ângulo que seja o maior possível porque isso faz com que a sombra vá perdendo o foco com a distância entre o plano focado e o fundo para não achatar a perspectiva e assim a sombra não “briga” com a modelo na composição (principalmente em preto e branco, como neste caso).
3) Outra boa dica para os que não tem fotômetro/flashmeter (ainda) é usar o sistema de zonas para fazer a medição da luz no fundo, fechando 1 diafragma completo (-3 steps de 1/3) em relação à leitura normal e assim faz com que os brancos não percam os detalhes (=zona 10) quando o flash disparar. O flash deve estar, no mínimo, com o dobro da intensidade dessa leitura da luz natural para poder criar as altas luzes (key light) e os contrastes resultantes de diferenças de EV (exposure value) maiores em relação às sombras.
Obs: você vai encontrar no www.fotografia-dg.com um ebook – o sistema de zonas sem mitos – que escrevi sobre esse assunto para quem quiser aprender algo tão importante que os profissionais utilizam à toda hora. Feito isso, coloquei o flash com o difusor 14 mm que é aquela “coisinha” transparente que já vem com ele e que “mora no andar de cima” junto com o refletorzinho branco (veja imagem) porque desta forma a distribuição da luz se ajusta à uma distância focal de uma lente grande angular abrangendo uniformemente todo o enquadramento independentemente da distância focal que estivermos usando.
Na verdade, essa forma de raciocínio na hora de criar uma “iluminação combinada” serve para muitas situações onde só temos um flash e a luz é difusa (shade or cloudy).
Escolhi esta outra foto de um modelo masculino para mostrar como também é possível usar o flash portátil em estúdio de forma criativa simulando o sol em contraluz como se estivesse em um ambiente externo.
Neste caso é uma iluminação triangular onde dois vértices são flashes portáteis e o terceiro vértice é um refletor que devolve a luz parasita criando o que eu chamo de “triângulo de luz”, como explico a seguir:
A) O flash que faz o papel do sol em contraluz, tem um difusor à frente para que o efeito seja mais real e pode ser feito com papel vegetal ou tecido branco difusor (esticado).
B) O flash que ilumina o rosto tem uma sombrinha prateada para que o contraste seja mais acentuado.
C) O refletor deve estar num ângulo médio entre 30 e 45 graus em relação aos flashes e consegue-se ir controlando a intensidade da luz lateral mudando essa angulação.
D) A regulagem de potência dos flashes é bastante simples:
- Para começar, opte pelo manual mode e escolha ½ potência pois poderá, caso seja necessário, aumentar para 1/1 (o que não seria possível se já estivesse em potência total).
- Procure manter a distribuição como se fosse um triângulo pois assim terá distâncias iguais entre os flash frontal com sombrinha e o refletor (leia dica 2 sobre o flash do fundo que simula o sol).
DICAS:
1) Eu sempre procuro usar aberturas maiores para ter baixa profundidade de campo e desfocar ao máximo o brilho do flash que fica atrás do modelo para não ter bordas definidas.
Outra coisa que facilita bastante é optar por diafragmas “exatos” (2.8, 4, 5,6 … ) e não por terços de diafragmas (6.3, 7.1, …).
Exemplo: suponhamos que o flash esteja em ½ potência e a exposição ficou boa em diafragma 8 mas eu quero abrir para 5.6 para desfocar mais o flash do fundo … para isso sigo uma regra simples: “se a cada abertura completa que eu abro entra o dobro da luz, eu divido a potência do flash do flash pela metade, e neste caso, vou para o 5.6 e baixo a potência para ¼.”
2) Para que o efeito de “sol vindo de trás” seja mais real e não fique uma mancha pontual ao invés de uma “circulo de luz”, o melhor a fazer é manter este flash afastado do difusor como no diagrama acima pois assim criamos uma zona de transição mais suave nas bordas além de podermos controlar o tamanho do “sol” no segundo plano (como acontece quando apontamos a luz de uma lanterna para uma parede e vamos nos afastando para trás).
Uma das formas que gosto usar na hora de iluminar é fazer combinações misturando flashes de estúdio aproveitando as células fotoelétricas coordenadas por um único flash portátil que permite ajuste delicados de potência desde 1/1 até 1/128 e ainda com a possibilidade de “brincar” mais com cores através de photogel em áreas específicas (que também podem ser para correção de temperatura de cor).
Seguem várias imagens de uma mesma sessão entitulada “rainha do gelo” com variações das potências para quer vocês vejam as inúmeras possibilidades.
Aqui com photogel CTB ¼ que é a graduação do azul é mais baixa.
(CTB = Color Temperature Blue)
Aqui com photogel CTB 1/2 que é de azul mais escuro baixando a potência da luz da direita para 1/10 e também outros exemplos com outras variações que fui testando.
(CTB ½ =Color Temperature Blue)
Afastei a modelo do fundo e usei photogel ND2 + CTB 1/1 no fundo.
Aqui com um refletor branco fazendo o preenchimento no lugar da sombrinha e photogel CTO ¼ no flash portátil frontal (CTO = Color Temperature Orange).
Aqui flash portátil+CTB ¼ e strobe+sombrinha branca refletora.
É isso ai, galera!!!
A idéia aqui foi mostrar que não precisamos de “n” flashes para termos uma iluminação profissional e consistente porque acredito que assim como há somente um sol que cria infinitas possibilidades de construções de luz, da mesma forma, com um (ou dois) flashes portáteis conseguimos multiplicar (mais ainda) a nossa criatividade.
Tentem sair um pouco da zona de conforto invertendo as funções que normalmente usamos na hora de utilizar o(s) flash(es).
Um grande abraço fotodgniano e bons clicks!!!!