Fotógrafos, envelheçam.
Começo com uma citação de um dos maiores dramaturgos do mundo, Nelson Rodrigues, que disse: “Jovens, envelheçam depressa…”
Qualquer que seja o tema, da reportagem ao trabalho mais técnico, a fotografia se constrói antes do clique. Ela acontece na cabeça do fotógrafo. Mas como?
A forma de olhar para uma cena é diferente para cada pessoa. Ela é o resultado da combinação da realidade com o consciente e o subconsciente. O olho capta a imagem, joga para dentro do cérebro – onde começa uma verdadeira revolução. Várias das partes da “massa cinzenta” são acionadas criando comparações, memórias, composições, emoções, racionalidade e proporções em uma velocidade fantástica. E óbvio isso é diferente em cada um de nós, pois não temos as mesmas referências cerebrais. Assim, quanto mais informações o fotografo tiver, mais depurada e dinâmica serão as ligações cerebrais que a cena criará. Logo, melhor será sua foto. E como se constrói um acervo de informações que ajudará no seu trabalho?
Independente de leitura, cinema, teatro, TV, internet e tudo mais: experiências práticas.
Ver, pensar, analisar, estudar, praticar e envelhecer.
Ver o trabalho de um outro fotografo e pensar: “como essa imagem foi feita?” Curiosidade, simples assim. E aí, começa a fase de analisar: que luz foi usada, lente, câmera, enquadramento, velocidade, abertura, e tudo o que puder ser analisado. E o trabalho continua agora estudando como você faria essa imagem com os recursos que você tem. Claro, dificilmente chegará a um resultado igual acertando de primeira. Logo vai passar para a prática: unindo o conhecimento teórico que se desenvolveu no pensamento e no estudo. Todo esse processo, independente da idade do fotógrafo, vai fazer com que ele envelheça muito. Sim, na experiência e na segurança.
Termino com a citação do melhor fotógrafo do mundo de todos os tempos: “Suas primeiras 10 mil fotografias serão as piores” Henri Cartier-Bresson.
Abraços e bons cliques.
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