Fotógrafo, quanto vale o seu trabalho?
Um dia desses cheguei mais cedo na sala de aula e deparei com uma calorosa discussão entre três alunos, todos médicos plantonistas do Hospital Israelita Albert Einstein. Apesar do Einstein ser um dos hospitais que mais remunera no Brasil, havia um grande descontentamento monopolizando as atenções em aula de fotografia.
Aproveitei a ocasião, naquele momento, para procurar compreender, junto com os outros alunos presentes, como se porta o mercado de trabalho. Sim, um papo simples, sem dados, estatísticas, análises de conjuntura econômica, etc. Apenas baseado em constatações empíricas.
A teoria Marxista do século XIX, tendo como base os pensadores como Adam Smith e David Ricardo, a revolução industrial e o desenvolvimento do sistema capitalista, desenvolveu o conceito da “mais valia”, onde a mão de obra do empregado é remunerada por um valor muito mais baixo do que ela realmente vale.
Aquilo que levou décadas para Mark, constatar e teorizar, alguns empregados sentem na pele, sem nenhuma cerimônia. Para os especialistas em macroeconomia, isto é sinal que este segmento do mercado de trabalho já está inflacionado.
Entenda que seu trabalho tem um determinado valor, mas seu empregador irá remunerá-lo em 10%. Ou ainda em 5%, caso você seja terceirizado.
Pouco? Sem dúvida! Nossos alunos médicos que o digam.
Mas, e o empregador? Estaria agindo de má fé? Vejamos o caso de uma companhia aérea, cujo avião acaba de decolar com apenas 20%, deixando as demais poltronas vazias. Ou de um ônibus, intermunicipal ou interestadual, nas mesmas condições. A empresa terá que arcar com todos os custos. Principalmente se estiverem passando por um período de crise. Em suma, toda a atividade profissional é uma atividade de riscos.
Por outro lado, a empresa arca com altos impostos, obrigações sociais, contabilidade, etc. Resumindo, esses valores acabam equivalendo a um salario e meio a mais na manutenção de cada funcionário. Muitas delas acabam terceirando mão de obra para competir no mercado com preços menores. Não importando seu tamanho, posição ou prestigio.
Por outro lado, se o empregador não estiver levando nenhuma vantagem sobre seu funcionário, ele simplesmente não o emprega.
E para você estar empregado, com estabilidade, receber 13. Salario, férias, etc., você deverá se contentando com seu salário.
Se o seu empregador tiver espírito de empreendedor ele fará com seu trabalho renda muito mais, além do valor que você atribuiu a ele. Para irá entender como investimento de alta liquidez tudo aquilo que você produzir. E você terá que ser muito bom, para que isso aconteça!
Mas, você, na condição de fotografo profissional experiente, com conhecimento técnico, expediente de trabalho, criativo, comunicativo, valha R$ 100.000,00/mês e não se sujeita a receber 10% desse valor de seu empregador.
A saída será vender seu trabalho diretamente no mercado, como fotógrafo autônomo. Nessa situação, você deverá ser muito bom, gozar de certa notoriedade e prestígio, ter um marketing pessoal afiado, senão ninguém irá contrata-lo.
Sua realidade, nesse momento, não será diferente de seu empregador, que já luta nesse mercado há algum tempo.
Seu cliente sabe que seu trabalho e o trabalho de seus concorrentes valem R$ 100.000,00/mês. Mas, nenhum cliente, em sã consciência irá te pagar isso. O máximo que você irá conseguir, se a concorrência não te atrapalhar muito e se você tiver algum grande diferencial, será R$ 40.000,00/mês.
Sua cliente pensa exatamente como seu ex-patrão. Se ele não levar nenhuma vantagem, com certeza não irá fechar negócio contigo.
Da mesma forma que para você R$ 40.000,00 é pouco, para ele R$ 40.000,00 é muito! E ele só se sujeitará a pagar isso, se conseguir fazer com que suas fotos valham mais para o negócio dele e consigam disparar suas vendas, para patamares ainda não atingidos. Suas fotos para o seu cliente é um investimento! E todos nós queremos investir pouco para arrecadar muito!
Com o tempo, você fotógrafo autônomo, passará a ser uma celebridade do mundo fotográfico. Seu valor irá aumentar na mesma proporção. Assim como as exigências de seus novos clientes, que com certeza estarão pagando muito mais pelos seus serviços.
Mas, no final, o preço que eles pagam não importa O que importa é que seus clientes estarão sempre faturando em cima de você. Ou é assim, ou você é descartado do mercado.
Você , fotografo, não é o único contemplado disso. Veja os grandes atletas, os grandes jogadores de futebol. Quando mais eles ganham, mais dinheiro entra para seus clubes e/ ou patrocinadores.
Este é o jogo do mercado!