Fotógrafo oficial Brasil x Espanha pela Copa Davis
Uma experiência única que tive foi ser um dos fotógrafos oficiais do confronto entre Brasil x Espanha pela Copa Davis – competição que reúne os melhores tenistas de cada país em uma competição entre as nações. Que foi realizado entre os dias 12 e 14 de setembro de 2014, no Ginásio Geraldo José de Almeida (Ibirapuera), em São Paulo/SP.
A equipe comandada pela assessoria de imprensa contou com quatro fotógrafos, dois deles chegando nos dias de jogos (sexta-feira, sábado e domingo) e que tinham a incumbência de registrar as áreas VIPs, camarotes, celebridades, patrocinadores, bastidores.
Eu, juntamente com Marcello Zambrana, estávamos fazendo a cobertura dos jogadores, treinos, entrevistas coletivas; e começamos o trabalho na segunda-feira (08/09) fotografando os treinos. Também houveram eventos especiais como o jantar oficial e o sorteio da ordem dos jogos.
Como em todo esporte é interessante que o fotógrafo vá preparado para saber o que os atletas farão, quais seus costumes, seus golpes, etc. Como por exemplo: Saque, rebatida de direita/esquerda, corrida até a rede para pegar uma bola “curta”, voleio (quando se está na rede), smash (movimento parecido com o saque quando se está na rede e o adversário tenta encobrir).
Composição – Bola / Posicionamento
O maior desafio de fotografar o tênis é a composição do quadro com a bolinha. O tempo em que a bolinha fica “no quadro” irá variar dependendo da posição em que você se encontra na quadra.
Fundo de quadra: Se você está no fundo da quadra, a bola ficará mais tempo no “quadro”, pois ela virá em sua direção, na verdade na direção do outro jogador. Há várias opções para imagens: jogador armando o golpe para iniciar o movimento para rebater a bola, rebatendo a bola com a bola na raquete, final do movimento da rebatida – nestes últimos, a bola pode parecer ainda mais próxima, bem desfocada; corrida de frente para pegar uma bola mais curta, voleio, smash, saque. Dependendo da altura ainda pode aparecer a rede em frente ou ainda pegar o jogador mais próximo a você sacando e o oposto aguardando o saque.
Lateral: ao se posicionar na lateral da quadra se tem menos tempo para capturar a bola no quadro. O jogador estando à sua direita, a bola virá e retornará para a esquerda. Há golpes, dependendo do lado da rebatida, em que a bola mal chega a entrar no quadro, e outras que ela passa duas vezes pelo quadro. A foto mais difícil, mas também a que mais dá satisfação é feita neste ângulo: bola deformada e/ou com as cordas da raquete esticadas para trás.
Dica: sempre procurar saber onde está o técnico do jogador, parentes ou a equipe, pois serão para onde o jogador irá virar para comemorar ao final do jogo ou após um ponto disputado.
Velocidade do Obturador
Alta, muito alta. É comum com velocidades de até 1/2000 segundos para que o movimento não congele por inteiro. O comum é que a raquete e/ou a bolinha fiquem borrados. Uma das maiores dificuldades, pois com a iluminação artificial de um ginásio, você tem que colocar um ISO de 5000, 6400, às vezes até 8000, e contanto que você esteja usando uma lente com abertura de f/2.8.
Na maioria dos torneios não temos este problema, pois são disputados em locais abertos, porém, caso haja chuva, o jogo é paralisado (o piso fica escorregadio e a bola molha). (foto T-1000 e T-2000)
Foco
Equipamento: Canon EOS 5D Mark III, EF 400mm (fundo de quadra e arquibancada), 70-200mm (lateral de quadra), 24-105mm, 8-15mm Fisheye.
Revisão do aetigo por Fabiano Gozzo