Fotografia em viagem, parte 2: O que (mais) levar
Além do mais que básico é preciso pensar em alguns outros itens também para não estragar a viagem. Vejam quais.
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Para carregar tanto a câmera quanto a(s) objetiva(s), vale lembrar que a mochila pode também fazer diferença. Uma mochila mais pesada ou que não permita pegar a câmera facilmente podem deixar seus acompanhantes de viagem um tanto enfadados com seus “esperem aí um pouco!” — ou mesmo deixar seu pescoço ou punho dolorido, de tanto carregar a câmera fora da mochila. Duas linhas de mochila recomendáveis para manter agilidade e saúde são as Slingshot da Lowepro e as Aero da Tamrac.
Existem também as estilo carteiro (shoulder bag), que podem ser usadas num ombro só ou na diagonal (apoiada num ombro do lado oposto). A conhecida marca Golla e a National Geographic fabricam bolsas no estilo – se tiver jeito e corpo para uma bolsa do tipo, é uma opção interessante, por ficar do seu lado, não às suas costas — assim também são mais seguras, em termos de posicionamento.
Falando em segurança, há que se lembrar sempre da discrição: nem todo lugar é seguro, e infelizmente nós fotógrafos, tanto profissionais quanto amadores, temos que tomar cuidado e não “dar bandeira” num local arriscado. Dependendo do local aonde for, dê preferência a uma mochila normal adaptada ou uma mochila com divisórias para fotografia, mas que em seu exterior tenha menos “cara de bolsa de fotógrafo”. A Alhva faz cases Prisma para serem encaixados em mochilas comuns, além de suas próprias bolsas e cases. Já entre as marcas alternativas às “oficiais” da Canon, da Nikon e etc estão as já citadas Lowepro, Tamrac, Golla e National Geographic.
A propósito, pense bem também no que vai usar em roupas: se for a um local não muito seguro evite andar com camisetas com estampas de câmera, marca de fotografia ou algo do tipo. Não vá confie na (im)possibilidade de um meliante acreditar na sua conversa de que apenas aprecia fotografia, não clica (an-haaam!).
Então na hora de escolher que bolsa/mochila irá carregar, faça/procure um teste, informe-se com uma agência ou guia de turismo sobre os locais que irá visitar e evite sempre largar todo ou parte de seu equipamento num canto quando não o estiver utilizando: mantenha-o sempre perto de você, à sua vista — a não ser que esteja viajando no carro, aí vale carregar no porta-malas, desde que bem acomodado.
Outro problema frequente, principalmente entre quem tem “dedo nervoso”, é o do cartão de memória que se enche rapidamente. Isso pode acontecer por basicamente dois motivos: 1 – fotografar em alta qualidade com pouco espaço disponível; 2 – fotografar numa qualidade que não é a melhor, mas com pouco espaço para gravar as fotos até poder descarregar o cartão.
Se você fotografa em DNG, RAW ou em TIFF mas só possui 4 gigabytes em cartões para gravar suas fotos, você corre um grande risco de deixar de fazer aquela foto por não ter espaço disponível no momento. Ou perder tempo apagando fotos e abrindo espaço numa hora em que devia estar fotografando e curtindo os cenários e motivos que aparecem à sua frente. Tenha pelo menos 6-8GB em mãos se não abre mão de uma ótima qualidade em seus cliques.
Já se você faz longos passeios durante a viagem sem descarregar o cartão, existem duas alternativas: ou você compra mais um ou dois cartões (dependendo da capacidade) ou você programa uma pequena parada logo após uma refeição ou a chegada em um hotel para baixar as fotos e formatar o cartão. O armazenamento pode ser num tablet, netbook ou mesmo no notebook. Pela portabilidade e pela saúde de suas costas, recomendo descartar o notebook, pois este pode acrescentar um peso considerável à sua mochila e pode ser bastante incômodo carregá-lo nos trajetos em que ele não está sendo utilizado.
Aliás uma ótima opção, cada vez mais presente, é o próprio celular com o qual andamos para lá e pra cá. Cada vez mais os smartphones suportam até fotos em RAW, e isso, aliado às conexões sem fio das câmeras, amplia nossas possibilidades em termos de backup (e até de captura).
Falando em longos passeios… nunca se esqueça de levar ao menos uma bateria extra e, claro, seu carregador. Fique de olho também nas mudanças de padrão de tomada: se o plugue do seu carregador não for compatível com o padrão do local onde estará, providencie logo que possível um adaptador. Faça isso preferencialmente antes da viagem, ou programe essa compra para o 1º dia, não esquecendo de pôr um custo estimado no seu orçamento de viagem.
Na terceira parte desta série falo sobre o que fotografar e o que evitar nos cliques por aí — leia aqui: Fotografia em viagem, parte 3: O que fotografar (ou evitar)