Fotografia em viagem, parte 1: O essencial
Uma pequena compilação de dicas para juntar dois dos grandes prazeres dos fotógrafos, para torná-los ainda mais maiores!
Fotógrafos viajantes, preparai-vos!
Ah, viagens… quem não gosta de viajar? Claro, é chatinha a parte de arrumar as malas (e desarrumar, arrumar de novo — quantas vezes mudar de cidade e hotel!), mas a experiência no geral costuma ser bastante interessante, por isso sempre queremos mais, do mesmo lugar ou de outro, pertinho ou bem longe… E pra quem ama fotografar, nada melhor que levar sua querida “menina” pra passear e nos dar aquele monte de lembranças tão boas (vamos ignorar o espaço em HD, tá? =P). Como tenho já alguma experiência nisso e fiz viagens ao exterior até com câmera DSLR, tive a ideia de compartilhar algumas coisas que aprendi com isso.
Ah, uma observação: se alguém achar que estou falando hebraico, fique tranquilo: você está enganado, não é hebraico, mas fotografês. Precisando, busque o glossário fotográfico mais próximo!
Em primeiro lugar, saibam que é fabuloso andar com um ótimo equipamento profissional quando se está fotografando, mas quando se está fotografando numa viagem isso pode ser (bem) incômodo, pelo peso carregado durante os passeios. Isso se agrava se além de uma câmera pesada você leva várias objetivas e acessórios que irá usar pouquíssimo (ou nunca, a depender do quão corrida a viagem). Escolham equipamentos bons, mas não exagerem: peguem o que terão tempo e praticidade de usar e evitem levar, por exemplo, duas objetivas que podem fazer a mesma coisa praticamente com a mesma facilidade. Pensem bem nas suas prioridades fotográficas (sim, aí está uma ótima hora para refletir).
Então sabe aquele tubo de extensão para fotos macro de eventuais flores que vir pelo caminho? Prefira usar a teleobjetiva!
Vai fotografar mais paisagens, lugares amplos? Seria bom levar uma grande-angular, pois nem sempre se pode ir para trás, e mais para trás, e mais…
E aquele flash grandão pau-pra-toda-obra? Prefira levar um menor, uma objetiva mais clara e/ou subir o ISO.
Falando em objetivas claras (ƒ4, 2.8…), por incrível que pareça, elas são uma faca de dois gumes. Por quê? Porque no interior de uma igreja, por exemplo, pode ser de grande auxílio ter uma ƒ2.8 para lhe dar mais velocidade e você não precisar subir tanto o ISO, ou poder dispensar um tripé/monopé. Porém fora de ambientes fechados e com o dia bastante ensolarado pode ser mais um desperdício uma objetiva dessas. Então se não for realmente precisar de grandes aberturas e a sua clara não for a única, dê preferência a outra não tão clara (e certamente mais leve, menor).
Uma dica: se tiver que fechar o diafragma, lembre-se que numa distância focal maior rende basicamente o mesmo efeito que menos milímetros e uma abertura maior, considerando o desfoque de fundo (não vou entrar no mérito da distorção, pra não me alongar demais).
Considere também o uso de filtros de densidade neutra (ND – neutral density): eles podem evitar a dor de cabeça de estar apenas com uma objetiva clara em mãos e um cenário muito ensolarado à frente, com uma câmera que não tem velocidade suficiente para evitar a superexposição da foto. São ainda mais práticos do que uma troca de objetiva, e podem ser utilizados por quem estiver utilizando uma câmera compacta com adaptador para filtros.
No caso de viagem portando apenas uma câmera compacta, examine bem as especificações da câmera em sites especializados, como o Câmera versus Câmera (em português), ou o Dpreview (em inglês). Analise também se as imagens tiradas em ISOs altos serão utilizáveis em sites como o Comparometer. Vale ainda buscar por adaptadores para uso de filtros e suas especificidades — nem todas possuem suporte a eles.
A propósito, é sempre bom levar um flash, por mais básico que seja. As câmeras andam evoluindo bastante em termos de ruído nas imagens (ou seja, as fotos estão ficando mais limpas com ISOs altos), mas isso não basta para dar preenchimento, para amenizar contraste altas luzes-sombras ou aquela situação tão comum de querer retratar alguém com um fundo com luz bem diferente do ambiente em que está (o que dificulta uma fotometria geral, mas um flash, por vezes com disparo remoto, pode resolver). A Canon, por exemplo tem o compacto 270EX II, assim como a Nikon tem o SB400 – flashes assim são bons inclusive para usar em câmeras compactas sem desequilibrá-las.
Na próxima parte desta série, dou recomendações sobre bolsas/mochilas e cartões de memória — leia aqui: Fotografia em viagem, parte 2: O que (mais) levar