Um dia pra nunca mais esquecer – Fotografando um Parto
Oi amigos e leitores do Fotografia-DG!
Sou Milena Rodrigues, publicitária por formação, fotógrafa, apaixonada por gente e pela arte de registrar sentimentos. Também leitora do portal, imaginem vocês a minha alegria ao receber a proposta de escrever sempre para o Fotografia-DG! Que honra!
Trabalho na fotografia de casamentos, ensaios de casais, famílias, crianças, e de uns tempos pra cá; partos. E é sobre isso que irei falar hoje, vou dividir com vocês como é fotografar um parto!
Fotografar partos no Brasil, não é algo muito fácil. A maioria dos hospitais permite apenas a entrada de um acompanhante no centro cirúrgico, geralmente o pai. No parto do Alex Gabriel, pra nossa sorte, foi diferente. O hospital autorizou a minha entrada pra registrar o primeiro parto que fotografei. Quanta emoção!
Um trabalho atípico, posso dizer, no qual tive que dedicar aproximadamente seis horas fotografando dentro do hospital. Mas, como disse na minha apresentação, sou apaixonada pela arte de registrar sentimentos. O nascimento (e toda a espera que o envolve) é algo único onde o amor é exalado pelos poros!
Acordei mais cedo que de costume, às quatro horas da manhã. Rumo à maternidade, a expectativa dos pais era grande! Apenas um bebêzinho, mas tão desejado, tão amado muito antes de nascer. No hospital todos os procedimentos de entrada foram realizados, vesti meu uniforme verde (rs), e com o equipamento a postos me dirigi ao centro cirúrgico. E daí pra frente, foi só emoção.
O parto que fotografei foi uma cesariana, e o processo todo é muito rápido. A parte mais demorada é chegar até o útero. Em seguida, já ouvi aquele chorinho lindo, que faz as pernas bambearem. Daí pra frente não descolei um segundo do Alex Gabriel, é a hora da pesagem, medição, e demais procedimentos. Fui a primeira pessoa a pegá-lo no colo, depois da equipe médica, é claro. Que privilégio, como fotógrafa!
Durante a minha experiência, percebi que os segredos para fotografar um parto, são basicamente três:
1- Se envolva! (Na verdade isso é pra qualquer trabalho que esteja relacionado a pessoas)
Se sinta parte da família, converse com os pais, entenda a história por trás do nascimento desta criança. Se emocione! Sinta o amor que transborda dentro do centro crirúrgico, e entre os familiares presentes. E registre esta emoção de todas as formas possíveis; a hora do nascimento marcada no relógio, batimentos cardiácos, a lágrima no rosto do pai, os instrumentos crirúrgicos… e por aí vai.
2- Esteja atento
Acredite, a emoção é tanta, que você poderá se distrair e, sem querer, esbarrar em tecidos esterelizados e levar bronca da equipe médica (aconteceu comigo!). É muito importante estar atento a cada detalhe. Pergunte às enfermeiras a ordem dos fatos, pra que você esteja familiarizado com o que vai acontecer. E ao se emocionar, não deixe de fotografar. É lagrima em um olho e câmera no outro!…rs.
3- Menos é mais
Não entre na sala de parto com tripé, flash, rebatedor, LED e afins. Sei que pode soar óbvio, mas vamos simplificar: uma lente e o corpo da câmera, basta. No meu caso usei uma lente 35mm 1.8, perfeita pra registrar o que eu precisava e com abertura suficiente pra aproveitar ao máximo a luz do ambiente.
Espero que o conteúdo deste artigo possa inspirá-lo e encorajá-lo a fotografar partos. E quando fotografar, me conte como foi!
Um abraço, e até a próxima.
Pra quem quiser conferir todas as fotos deste grande dia, estão no meu blog: http://milenarodrigues.com/blog/um-dia-pra-nunca-mais-esquecer/