Entrevista com Márcia Charnizon: a fotógrafa intuitiva
Estamos no mês de abril, mês do tão esperado Wedding Brasil 2011! E agora a contagem regressiva não é somente dos dias que faltam para chegar o maior congresso de fotografia de casamento da América Latina, mas também das inscrições: restam pouco menos que 100 vagas! Se ainda não fez a sua, não perca tempo!
Lembrando também que o prazo para inscrição no Prêmio Wedding Brasil encerra no dia 10 de abril.
E para falar um pouco mais sobre este evento, conversamos com a fotógrafa Márcia Charnizon, mineira de Belo Horizonte, que iniciou sua trajetória na fotografia há mais de 20 anos, quando ainda era adolescente.
Com trabalhos realizados e publicados em várias partes do mundo, além de diversos prêmios, Márcia foi responsável pela palestra “Direção na Fotografia de Casamento” no Wedding Brasil de 2010, que rendeu aplausos de pé dos congressistas e resultou no DVD homônimo que pode comprar na Loja DG por apenas R$ 69,00 + Frete e que em breve você verá o Review aqui no Fotografia DG.
Este ano, Márcia ministrará um Workshop no dia 23, intitulado “Enganado a mente – Luz e Poesia aplicada na direção de cena”, e que pretender ser uma extensão da primorosa palestra dada no ano passado.
Com vocês, Márcia Charnizon:
Fotografia DG – Você iniciou sua carreira profissional muito cedo, aos 17 anos, quais as vantagens e desvantagens de um começo tão precoce? Qual o conselho poderia dar para os jovens que sonham ser fotógrafos?
Márcia Charnizon: Esse começo precoce desenvolveu muito meu lado intuitivo, minha liberdade estética e agilidade. Como não tinha nem a maturidade para assimilar muita técnica, precisava compensar com outras qualidades, que até hoje são fundamentais na minha fotografia.
Uma dica preciosa para iniciantes seria lembrar uma crônica do Drummond, onde ele escreve a importância de algo que ninguém nunca nos deseja no ano novo: ” CALMA RAPAZ”.
Tudo precisa de um tempo, mesmo nos nossos tempos corridos. Cada um tem trajetórias singulares e não acredito em fórmulas de sucesso. Mas com certeza um bom fotógrafo precisa se apropriar de suas singularidades. Vejo as pessoas muito preocupadas somente com técnicas e fórmulas, e se esquecem da questão fundamental do ofício de um fotógrafo: conseguir contar histórias que falem, além de outro… dele próprio.
Fotografia DG – Música, poesia, fotografia: como estes elementos se relacionam na tua vida e como isso reflete no teu trabalho, na tua inspiração?
Márcia Charnizon: O quê me inspira é a chatice da rotina e sua previsibilidade ou imprevisibilidade, dependendo do dia.
A arte parece que dá ritmo, emoção e cor para essa aparente monotonia e sustenta meu bom humor. Ai de mim sem isso. Perco tudo, mas perder a poesia e o humor seria para mim viver num pesadelo. Meu trabalho é a consequência direta de como vivo e me relaciono com o mundo.
Fotografia DG – Você já esteve entre o mundo analógico e digital, é possível fazer uma previsão sobre o que será a fotografia futuramente? Qual sua expectativa sobre a junção da fotografia com outras artes, como o vídeo?
Márcia Charnizon: Acho que nós fotógrafos estamos vivendo uma crise enorme. “O quê é fotografia hoje? O quê é ser fotógrafo?
O digital trouxe mudanças de paradigmas que abalaram muitas estruturas e ainda estamos nos reencontrando. Ao mesmo tempo acredito que a liberdade e possibilidade de expressão que as novas tecnologias, equipamentos, softwares e globalização trouxeram é um ganho enorme para o mundo criativo. Quem é bom, poderá sempre fazer muito mais e ainda transitar em outras linguagens, o que acho muito interessante. Quem é medíocre, sempre será medíocre…. mesmo com todas as ferramentas a disposição.
Fazer fotografia não é um ofício limitado ao congelamento de imagens, e sim ter uma leitura própria da escrita da luz. Que maravilha querer e poder variar a ferramenta de trabalho.
Fotografia DG – Ano passado sua palestra no Wedding Brasil foi aplaudida de pé, e resultou no DVD “Direção na Fotografia de Casamento”. O que acha que os congressistas podem esperar do seu Workshop?
Márcia Charnizon: Esse ano preferi levar somente o workshop. Quis aprofundar o tema que lancei ano passado e ainda inserir novos assuntos inusitados da minha rotina. Os participantes podem esperar por um dia intenso, com muitas abordagens diferentes sobre temas sempre tratados.
Fotografia DG – Por que ir no Wedding Brasil?
Márcia Charnizon: Escutar alguém que admiramos ou que, de certa forma, conquistou o mercado, é sempre um exercício de aprendizagem. E morrer profissionalmente pode começar na falta de vontade de conhecer e trocar idéias.
O Wedding Brasil tem sido um espaço primoroso e fundamental para essa troca. Acredito e invisto nisso.