Entrevista a João Paganella
João Paganella acredita que a troca de informações ajuda na evolução da fotografia
A fotografia surgiu por acaso e aos poucos se infiltrou na vida do João Alberto Schiavenin Paganella, 27. Formado em Administração em Recursos Humanos, pela Univali, natural de Brasília mas com residência em Florianópolis, viu seu trabalho desabrochar com o passar dos anos. O reconhecimento chegou de vários modos e um deles marcou recentemente a vida desse fotógrafo: João Paganella teve uma fotografia publicada no Anuário 2003-2009 da empresa Casan. Ela registrava um garoto estrangeiro ajudando e distribuindo água para os atletas participantes de uma maratona ocorrida na capital catarinense.
O foco de Paganella são as fotografias de casamento e ensaios (nus, modas). A escolha desses estilos se deu porque precisa ser sempre desafiado, seja na hora de registrar um dos momentos mais importantes na vida de um casal, seja para encontrar uma nova luz.
Abaixo, um bate-papo que aconteceu por e-mail com o fotógrafo.
FOTOGRAFIA DG – Como a fotografia surgiu em sua vida?
JOÃO PAGANELLA: Sempre gostei muito de fotografia. Tudo começou com um Grande amigo meu chamado Cassio, arquiteto em Bento Gonçalves e, amante da fotografia como eu. Quando o conheci ele sempre me falou muito sobre fotos e câmeras, pesquisávamos muito sobre o assunto, foi aonde comprei minha primeira câmera com regulagens manuais a Sony W5. Com essa câmera aprendi a fazer longas exposições e foi aonde eu consegui registrar um relâmpago. Aquilo me deixou fascinado e nunca mais consegui largar a fotografia como amador. Depois disso conheci um grande amigo Rodrigo, aqui em Floripa que trabalha com edições de imagens no site Bella da Semana, foi aonde eu peguei pela primeira vez em uma câmera profissional uma Canon 20D e fui apresentado ao mundo profissional da fotografia. Após isso conheci a Ana Correa que me apresentou a fotografia como profissão.
DG – E seu primeiro trabalho profissional? Como ele te marcou? O que aprendeu?
PAGANELLA: Meu primeiro trabalho como profissional foi um aniversário infantil. Foi bastante traumático, pois eu usava uma Canon XTI com uma lente 17-85mm e um flash 580 EXII. Mas como o local tinha teto alto e era muito escuro tive que elevar o ISO da câmera para 800 e a cliente que me contratou me deu um baita esporro, pois as fotos estavam muito granuladas. Após esse episodio aprendi a olhar a fotografia mais artisticamente. Essa minha cliente exigia fotos muito limpas e tinha um trabalho muito sistemático. Foi aonde eu vi que até fotos demasiadamente granuladas podem se tornar verdadeiras obras de arte. Assim eu comecei a trabalhar para eventos particulares meus e deixei de ser segundo fotografo em aniversários infantis. Hoje trabalho com ISOS altos e baixos… Depende do momento e da situação e gosto muito do resultado das fotos e meus clientes também.
DG – O que mais gosta de trabalhar? Por quê?
PAGANELLA: Dentro do leque gigantesco que temos na fotografia tenho paixão por duas partes. A fotografia de casamento, por ser um momento muito importante na vida dos casais e ver a carinha de feliz deles quando veem as fotos não tem preço.
E gosto muito também da fotografia de ensaios, sensuais, nus, portfólio, moda e etc… Fotos que exigem muito do fotografo, pois temos sempre que inovar em poses, luz diferenciada e locações e isso torna um desafio a cada trabalho. Por isso adoro desafios.
DG – Qual seu maior desafio fotográfico até o momento?
PAGANELLA: Tive um recentemente que foi o ensaio fotográfico de um ano de namoro do meu amigo Daniel Wiedemann que é um grande fotógrafo de Stock aqui. E vou ter um, muito em breve, em Janeiro de 2012 vou fotografar o casamento do meu grande amigo e super fotógrafo Douglas Gama em Dourados/MS. São grandes desafios, pois fotografar um fotógrafo sempre será um desafio.
DG – Flash amigo ou inimigo? Explique seu ponto de vista.
PAGANELLA: Nem amigo nem inimigo. Podemos classificar ele como em momentos necessário e em outros não.
DG – Edição: exagera ou faz uma edição mais simples?
PAGANELLA: A edição é um ponto muito particular de cada evento. Sinceramente gosto muito de experimentar novos efeitos nas fotos quando estou editando e às vezes me surpreendo com elas. Mais como falei depende muito do evento.
DG – Acredita que o equipamento fotográfico influencia em uma boa fotográfica ou que isso depende de outros fatores?
PAGANELLA: Equipamento de ultima geração sempre vai ajudar, mas não influenciar. O que faz uma boa foto não é a câmera e sim o olhar do fotografo.
DG – O que pensa sobre a troca de informações – especialmente as fotográficas – que acontecem na rede?
PAGANELLA: Bom… Sou meio suspeito pra falar sobre esse assunto, pois sempre fiz essa troca com meus seguidores do twitter. Acho que quando a gente troca uma informação que vai ajudar a todos não só ganhamos em experiência como em valorização do nosso trabalho. Não vai ser porque eu falei que faço uma foto de tal jeito que vou entregar todo meu trabalho, muito pelo contrario, só vou contribuir para que todos evoluam, aumentando assim nossa visibilidade dentro do mercado e consequentemente nosso valor.
DG – Qual a maior dificuldade do fotógrafo brasileiro hoje?
PAGANELLA: Temos varias situações que dificultam mais são duas que me deixam muito preocupado: Equipamentos muito acessíveis (pessoas compram câmeras semi-profissionais e se dizem fotografas) assim aumentando drasticamente a quantidade de profissionais na nossa área influenciando no valor de mercado – apesar de eu acreditar que quando o cliente procura qualidade não se importa com preço – e os famosos sites de compra coletiva aonde fotógrafos lançam mão de seus ganhos em muitas vezes pagam pra trabalhar pra fazer uma falsa carta de cliente, pois como falei cliente que procura qualidade não se importa com preços.
DG- Quem são suas referências?
PAGANELLA: Nossa, que pergunta difícil! Acompanho muitos trabalhos pela internet na área de fotografia de ensaio o principal mesmo e nosso mestre JR Duran. Agora na área de casamentos tenho muitas pessoas que admiro como Vinicius Mattos, Anderson Miranda, Jonas Peterson, Jeremy Beasley, Fer Juaristi, entre muitos outros que você encontra na internet e que tem trabalhos simplesmente fantásticos.
DG – Deixe uma mensagem para os leitores do DG.
PAGANELLA: Primeiramente gostaria de agradecer toda a equipe do DG pela oportunidade de ser entrevistado por vocês. E aos leitores do DG só tenho uma coisa a dizer, CORRAM atrás dos seus sonhos, pois com fé todos os seus sonhos serão realizados, muitos click´s a todos.
Tag:casamento, entrevista, João Paganella, moda, nu