Ensaio Fotográfico Infantil com um bebê albino de 23 dias
Olá queridos leitores do Fotografia-DG! É com um imenso prazer que eu estou inaugurando minha primeira coluna aqui no blog com um ensaio fotográfico infantil um pouco raro de se ver por aí.
Eu trabalho com fotografia infantil desde o início de 2013, mais precisamente em março. Desde então eu vejo uma certa dificuldade em encontrar projetos fotográficos diferentes que saltam os olhos tanto de clientes quanto de fotógrafos.
Fotografar uma criança albina para mim foi uma conquista profissional marcante. Primeiro porque já é raro de se ver, ainda mais sendo um bebê com aproximadamente 20 dias de vida. Segundo, pois de certa forma ainda existe um tipo de barreira com as pessoas que têm esta deficiência na produção de melanina no organismo, causando a falta de pigmentação da cor da pele, cabelos, sobrancelhas, cílios, etc. Em alguns casos os olhos também são de cor avermelhada ou geralmente de cor clara.
A exposição à luz solar é muito perigosa e pode causar queimaduras muito facilmente, pois a melanina, além de dar a pigmentação de nossa pele, ela também atua como uma camada protetora, digamos um protetor solar natural. Por este motivo, albinos têm que andar com protetores solares sempre.
Apesar de achar lindo as produções que fazem com fotografia de recém-nascidos, eu, neste caso, preferi focar nessa diferença física que apesar de delicada, é extremamente linda de se ver e fotografar. Um ensaio basicamente de retrato, tentando aproveitar os detalhes e nuances de uma criança albina bem de perto.
Se já é um processo bem cuidadoso fotografar um newborn, ainda mais um albino. O local do ensaio que eu acho interessante é que seja na casa onde o bebê vive, pois devido à luz forte do sol (para ele) do lado de fora da casa, os pais dificilmente irão querer ir até seu estúdio, caso tenha. A exposição direta à luz solar pode provocar queimaduras em poucos instantes devido à falta de melanina, como já explicado anteriormente.
Já é de se esperar que os ambientes com luz natural da janela da casa serão cobertos pela cortina por causa da intensidade da luz. Ou seja, nem todas as pessoas têm em suas casas uma cortina branca atuando como um certo tipo de difusor. As cortinas irão variar de cor, com certeza.
No meu caso, a cortina era da cor laranja. Sim, laranja. Me ajudou? Não. Me atrapalhou? Também não.
Entramos uma questão delicada na fotografia newborn. O uso (ou não) do flash. Eu não queria deixar as imagens saírem demasiadamente alaranjadas mesmo que eu pudesse corrigir isto depois com o balanço de branco na pós. Então optei por utilizar o flash em modo manual rebatido na parede com potência mínima, sempre variando entre 1/128 e 1/64 no máximo, para este ensaio. Os albinos têm uma tendência a ter fotofobia, que é uma sensação de aflição, sensibilidade alta, aversão à luz. Portanto, utilizei o flash com extrema cautela para “normalizar” as cores do ambiente alteradas pela cortina laranja. Essa dica vale para todos os bebês. Se utilizar, utilize com a menor potencia que puder. Os olhos sensíveis deles agradecem!
Já com o balanço de branco adequado, um bebê albino merece destaque em seus detalhes, principalmente do rosto.
Utilizei basicamente uma lente 50mm com aberturas entre f/1.8 e f/3.5 para fotografar detalhes muito importantes em um albino, como a sua pele branca que facilmente fica avermelhada, sobrancelha loira, os cílios loiros, a textura amarelada do cabelo, e claro, o contraste entre o bebê albino e a mãe na foto com os dois. No meu caso, com 23 dias, ele ainda não abria muito os olhos, porém já dava para se notar que eram avermelhados, outro detalhe importante a ser registrado. Não se esqueça dos detalhes normais de um newborn, como as mãos, dedos, pés, corpo inteiro, afinal, é uma criança normal como todas.
Obrigado, espero que gostem, e até a próxima!