Em fotografia todo esforço é em vão?
A fragmentação da nossa sociedade vem se tornando bastante comum, e pelo fato de tentar escrever ou produzir um artigo de fotografia ao invés de seguir uma linearidade eu me perco pelo excesso de informações e ideias latentes. É algo que é provocado por favores internos e externos, e impulsionados pela nossa “maravilhosa” era contemporânea.
Apresento a baixo alguns trechos, e não quero dar respostas conclusivas, mas sim abrir caminhos para nós navegarmos em águas turvas.
➜ Podemos imaginar o que está sendo produzido em fotografia, em termos de imagem, nós vivemos uma era sem tantos rumos concretos, incertezas quase totais, ao mesmo tempo que dedicamos a tal área da fotografia, existem fatores que nos impedem de continuar, o ganhar dinheiro com produção de imagem é o que mais pesa. As vezes somos obrigados a dizer adeus ao trabalho de fotografia, a tudo, para voltarmos e encararmos novamente o trabalho formal, ou até mesmo freelancer.
➜ A classe fotográfica vem se perdendo, tanto em questões dessa era da rapidez de informações, e nas redes sociais que nos dá coisas doces e ao mesmo tempo venenos. Formam-se grupinhos e idiotas atrás de uma tela digital comentando porcarias. Há enormes falhas em ética e principalmente em conhecimento, e o excesso de informação está nos matando! Nos impedindo também de sermos melhores no que fazemos e termos certa identidade, o oposto do padronizado pela era digital, o ato de vender vem em primeiro lugar, é absoluto.
➜ Aquele medo de ser roubado: Não irei fazer fotos de rua, pois tem um ladrão querendo levar tudo aquilo que amo e que sonhei por muito tempo e comprei. Meus equipamentos fotográficos! A câmera ou a vida? Terei alguma escolha? E se ele levar as duas?
➜ Clientes cada vez mais difíceis, autoritários e metidos a reis, querem trabalhos as vezes impossíveis, idealizam uma fotografia perfeita, ter um cliente exigente é ótimo para nosso crescimento profissional, ter um cliente metido a Rei pode sim nos adoecer. Outro erro é achar que iremos encontrar também clientes perfeitos, apenas clientes lindos e fáceis de lidar. A idealização é perigosa, e também nós fotógrafos não somos fáceis de lidar, fato comum para seres humanos.
➜ Fotografar é dolorido, significa mais que espinhos entrando na carne do que uma leve brisa no rosto, pois tudo aquilo que é romantizado idealizado carrega por dentro certo ranço. Estes espinhos cada um irá carregar, resta retirarmos da nossa carne, jogarmos fora, mas em breve eles voltarão, mais fracos, ou mais fortes, perceptíveis ou quase imperceptíveis.
Para finalizar eu escrevo pelo fato de gostar, por ter esperança, a escrita tanto quando a fotografia me ajudam a viver, e amortecem as quedas, por mais que seja difícil. Nunca irei encontrar uma plenitude, mas sim fazer com que a vida seja menos sofrida e que seja vivida.