Edição de imagens, um Superpoder
Tempos atrás, quando estava mais focado em entender câmeras, lentes e manuais, realmente não consegui perceber o valor que pode ter uma boa edição e as ferramentas de edição que temos disponíveis. Gostaria de compartilhar algumas considerações com os leitores para que aumentem as possibilidades do que é possível fazer com as atuais ferramentas e recursos.
Sem querer fazer um direcionamento para ferramenta A ou B, se é melhor ou não, vou contar minha história mais para informar sobre o valor agregado de suas funções. Caberá ao leitor definir o que acha mais adequado ao seu uso. É incrível o que se pode achar na Internet com ferramentas grátis. O fato é que se tem grátis praticamente de tudo que se faz em edição com as ferramentas pagas. Fique bem a vontade para aproveitar o momento.
Meu primeiro contato com software de edição de imagens foi o CD que era entregue junto com a câmera que visava principalmente realizar os ajustes em RAW e ao mesmo tempo organizar a galeria de imagens em um tipo de biblioteca para futuras referencias, possuía também um critério de pontuação por foto que ajudava a seleção por grupos de imagens. Ex:- quando desejasse selecionar as melhores fotos bastaria selecionar as fotos que ganharam nota ¨X¨ e ¨voilᨠteríamos uma seleção rápida e simples. Confesso que a primeira vista não dei muita atenção ao programa afinal ¨os ajustes eram mínimos pois minhas fotos estavam ( eu achava…) com a fotometria adequada¨ , depois muitos daqueles controles, eu não tinha ideia para que serviam, dei uma alterada em alguns botões para ver o efeito mas era tudo muito complicado. E esse sistema de arquivamento de imagens? Também nos primeiros contatos não vi muita utilidade nisto… Enorme engano!!
Vamos deixar uma recomendação bem clara, se você quer se dedicar seriamente ao tema de fotografia você precisa de um programa de apoio para gerenciar as imagens e o acervo como um todo. Você pode criar categorias, fazer pesquisas, listas, organizações, um verdadeiro Google das fotos. Existem vários, mas um dos programas mais legais que conheço para fazer isto é o LightRoom. Por quê? Depois de alguns milhares de fotos você precisa de um organizador para este acervo, além disto, ele tem um método de classificação de imagens muito fácil e um sistema de edição massiva potente. Existem alguns plug-ins externos muito interessantes como filtros que simulam película de filme antigo que simplesmente adoro. Também existem alguns produtos de edição avançada que podem operar juntos com ele e incrementar a potencia das edições. Infelizmente não fui inteligente o suficiente para aprender sozinho, este software eu recomendo que se faça um treinamento para aproveitar todo o potencial. Se você é fotografo vale a pena e deve ser o primeiro software do tipo para investir tempo, dinheiro e esforço.
Novamente reforço que você pode usar outros programas gratuitos, mas hoje acho a proposta do Adobe para fotógrafos (em cloud) é um produto relativamente barato e que tem de tudo para um fotografo. Além da parte de edição e da gestão do acervo, que acabei citar, este programa me permite montar folhas de prova de maneira bem rápida e flexível e exportar arquivos em formatos e tamanhos diversos para impressão ou web, para ser bem sintético, mas ele tem bem mais funções e precisaria de um artigo inteiro para ¨arranhar¨ todas as funcionalidades. Hoje eu uso o Photoshop de dentro do aplicativo LightRoom (chamada de programa) pois o editor do LightRoom tem limitações que o Photoshop não tem. Esta integração é rápida e prática.
O segundo software que gostaria de destacar é o Photoshop. Neste caso usei por vários anos e em várias versões como autodidata, comprando livros e vendo tutoriais na internet. De fato acho mais intuitivo e fiz as primeiras remoções de assuntos indesejáveis em foto e mescla de imagens com esta ferramenta. Seus pontos fortes são o uso de conceito de edição de imagens em camadas, onde você pode mesclar efeitos entre as mesmas, incrível, um programa genial. A parte de recortes e seleções é ¨uma obra de arte¨. Se você precisa recortar, mesclar imagens e editar no detalhe, este é o programa.
Anos mais tarde, percebi que com o LightRoom poderia fazer uma edição mais leve, simples e mais massiva, portanto a minha regra hoje é editar retoques simples em grandes quantidades de imagem no LightRoom e eventuais detalhes ou remoção e mistura de imagens no Photoshop.
O terceiro software que gostaria de comentar não é propriamente um software de edição de fotos. Vou colocar a dica aqui como um extra para aqueles que desejam ir além da edição de imagens e mergulhar na parte artística da coisa. Trata-se dos produtos da suíte Corel, como o CorelDraw. Hoje existe um conjunto completo de programas, inclusive de edição de imagem que compete com o Photoshop, mas gostaria de ressaltar os que lidam com pintura e vetores. São aplicativos para quem deseja ir além, como navegar em projetos de design gráfico e pintura, temas que acho apaixonantes. O pessoal é tão bom que conseguem emular pinceis com um realismo maravilhoso. Para mim são programas que demandam curso especifico e acho difícil ser autodidata nestes produtos, mas cada um tem sua realidade. Para pintura é praticamente mandatório o uso de uma mesa digitalizadora para extrair o máximo do programa.
Sei que não é software, mas não poderia deixar de citar que recomendo o uso de uma mesa digitalizadora para profissionais, tenho um modelo da Wacon grande. Minha experiência com este tipo de dispositivo para edição de imagens foi um divisor de águas… Antes e depois dele. Se você precisa de ter mais controle e fazer uma edição de qualidade e com precisão, esta é uma ferramenta indispensável!
Ainda falando de hardware e se você tem preocupação com fidelidade de cor no material impresso recomendo que use um monitor profissional. Falando de cor é essencial que o que você vê em tela seja fiel a cor que será impressa. Para conseguir isto você precisa calibrar o monitor e ter um monitor de qualidade, particularmente uso um monitor Dell e recomendo bastante, pois acho que possui um bom custo beneficio, é claro que existem monitores melhores (e caros). Neste ponto o ¨céu é o limite¨.
Por fim, você precisa de um bom computador e de uma boa placa gráfica. Rodo sempre que possível os programas na versão 64 bits pois apresentam melhor performance, também reservo um disco em estado sólido e boa quantia de memoria dinâmica para garantir que o cache e o processamento do RAW fiquem dentro de um tempo aceitável.
Acho que vale a pena comentar que procuro manter a configuração de ¨espaço de cor¨ em ProRGB para edição de imagens pois o espaço de cor tem maior disponibilidade de cores que o AdobeRGB e edição em 16 bits (maior nuance de cores) como um padrão base, depois, quando enviar material para impressão eu troco para SRGB/8bits para compatibilizar com a impressora da gráfica, se for o caso. Sempre consulte a gráfica para saber o que eles esperam receber, muito frequentemente as impressoras esperam um arquivo sRGB/8bits e se você não ficar atento a estes detalhes, a cor do impresso pode mudar bastante, arruinando o trabalho de edição.
Conclusão
O assunto de edição de imagens é tão vasto que encaro o mesmo como mais uma disciplina de estudo, muito além do tema da fotografia e suas técnicas. Trata-se de um elemento essencial (me desculpem os puristas que rejeitam retoques em imagens). Hoje percebo que uma imagem correta, sob o ponto de vista da exposição pode apresentar um resultado de impacto morno, sem graça contudo pode render uma grande quantidade de variantes seja deixando a mesma mais dramática via modificações no contraste, seja para deixa-la parecida com uma aquarela usando filtros, seja para deixa-la parecida com um grafismo via efeito ¨Scketch¨ do Photoshop ou transforma-la em uma pintura via o programa Corel Painter. Você pode e deve estudar como ir além do obvio com a imagem. Supere, crie, faça diferente.
Edição requer muito estudo e profissionalmente falando, requer investir uma boa soma em dinheiro para bancar tudo. Vale a pena?! Muito!
Boas edições e bons cliques!
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