Disparo Remoto na Fotografia de Esportes
Estar perto, porém de longe.
Esporte é ação, agilidade, rapidez, explosão, tudo acontece muito rápido e é muito intenso. Por estas definições é que o fotógrafo tem que acompanhar os atletas de longe com suas tele-objetivas, sem poder estar por perto, pela sua própria segurança e pelas regras da competição – para não atrapalhar os competidores.
Com um pouco de criatividade e com a tecnologia a nosso favor, é possível estar perto da ação, dando um enquadramento e ângulos diferenciado a captura da ação dos competidores. Já citado em artigos anteriores, podemos recorrer aos disparadores remotos, para deixarmos uma segunda ou terceira câmera mais perto dos competidores.
Os equipamentos mais usados para o suporte da câmera remota são: o mini tripé e braço mágico (magic arm, braços articulados com uma garra em uma das extremidades).
Já a forma do disparo remoto pode ser com e sem fio. Alguns gostam do disparador com fio pois não há como ter interferência de frequências, porém por só existirem no mercado um cabos com pouca extensão, estes são artesanais, e cada um constrói o seu, e geralmente é utilizado uma pedaleira de teclado/guitarra.
O disparador sem fio mais comum é o Pocket Wizard (também existe a versão TTL para flash). É preciso de duas unidades (uma para disparar e outra para receber o sinal) e mais o cabo de disparo, que conecta o receptor e câmera. Uma das vantagens do Pocket Wizard é que a unidade transmissora pode ser acoplada na sapata do flash, assim ao fotografar com a câmera principal, a câmera remota também é disparada. Muitos fotógrafos gostam de não usar este modo, pois se você apontar a câmera principal, que está com uma tele, ao outro lado do campo, a câmera rêmora também irá disparar e não irá capturar a ação.
Já a câmera pode ser cropada ou fullframe. Como ela ficará perto da ação as lentes mais usadas são as grande angulares, podendo ser usada uma olho de peixe.
As três situações mais comuns que vemos câmeras operadas com controle remoto são em partidas de futebol (atrás do gol), basquete (atrás da tabela ou no pilar de sustentação da tabela), e no atletismo (no chão em alguma corrida ou perto da caixa de areia nos saltos em distância).
Outros usos:
Vela: mastro do barco, apontada para baixo/barco)
Hipismo: no chão, próximo ao obstáculo, enquadrando o obtáculo e o cavalo
Skate: com um monopé apontado para o alto, enquadrando o skatista saltando e a pista ao fundo
Hockey: dentro do gol com uma caixa para proteger o equipamento
Ginásio: colocando no alto para capturar o público ou com uma tele apontado para baixo – hockey e basquete
Baseball: com uma tele-objetiva – o rebatedor e o arremessador sempre estarão no mesmo lugar
Das minhas experiências que mais gostei do resultado estão partidas finais de torneios de tênis, em que tenho duas fotos do mesmo momento, de comemoração – uma imagem fechada e a outra aberta mostrando o público; final do Ironman – câmera montada no portal de chegada.
Como em outras situações não existe uma receita de bolo. O que vale é o feeling do fotógrafo, olhar, criatividade, e muita paciência, pois a câmera é fixa, e você tem que esperar até que o atleta esteja no quadro.
*Algumas engenhocas para disparo remoto que uma empresa americana comercializa: http://michaelbass.blogspot.com.br/2006/11/lens-mounted-trigger-switch-for-pw.html#StartLensTrig
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