Dicas para viagem de avião com seu equipamento fotográfico
O Fototekne passa algumas recomendações para quem vai fazer uma viagem de avião e quer levar sua câmera, suas lentes…
de Marcos Olegário via Fototekne foto: Shutterstock
Talvez você seja das pessoas que viajam de avião com seu equipamento fotográfico. Quer seja por trabalho quer por lazer, muitas vezes nossas câmeras nos acompanham. O que hoje vou dividir com vocês é a história de um bom amigo que viajou de avião com sua câmera e as coisas que eu já aprendi de sua experiência.
A história do Paulo
Antes de mais, me deixem aclarar: essa não é uma história de perda de malas pela companhia aérea. Felizmente, meu amigo —suponhamos… o Paulo, pra não dizer seu nome real— teve a precaução de não despachar sua bolsa fotográfica com as malas, pois todos nós sabemos como é que é tratada a bagagem nos porões, não é?
Então? O Paulo levou seu equipamento como bagagem de mão. O primeiro problema já veio aí. As companhias aéreas são muito restritivas relativamente às bagagens de mão. Elas estão apenas permitindo bolsas com um tamanho e um peso determinados, e são inflexíveis.
O Paulo nem reparou e foi com seu equipamento de sempre, nem todo, mas sim com o que ele costuma viajar de carro ou de comboio, onde não há quaisquer restrições do tipo.
O resultado: depois de discutir com a amável funcionária da companhia aérea por dois centímetros a mais, teve de comprar uma bolsa mais pequena no próprio aeroporto e teve de escolher aquele equipamento que queria sim levar. E ainda teve de pagar uns reais por um serviço de guarda-volumes para deixar o resto e passar toda a viagem se preocupando pelo seu equipamento lá tão ligeiramente deixado.
O pior —segundo me disse depois— foi ter que escolher. O Paulo não é fotógrafo profissional, mas com muito esforço já conseguiu arranjar um equipamento bem interessante. Então, o que deixar atrás?
Segundo problema veio já no avião. Ele colocou sua bolsa de mão no bagageiro sobre sua cabeça. Com muito cuidado, é claro. Seu vizinho de assento não foi assim tão cuidadoso com sua própria mala nem com a das pessoas que já estavam colocadas lá.
O resultado: meu amigo passou toda a viagem temendo ter sofrido algum problema no equipamento pela força com que foi tratado pelos outros viageiros. Ainda, levando em conta que sua bolsa fotográfica acolchada tinha ficado no guarda-volumes do aeroporto.
Quando chegou em seu destino, o primeiro que fez foi revisar o equipamento. Tudo funcionava corretamente, mas sem dúvida ele passou uma má viagem por causa disso.
No regresso tudo correu melhor. O Paulo já tinha comprado uma bolsa acolchada para seu equipamento, se assegurando que ela cumpria as especificações daquela companhia aérea (que era, por sinal, das mas restritivas). Também levou seu equipamento colocado sob o assento, o que é mais incômodo, mas bem mais seguro também.
O que eu aprendi disso tudo
Afinal de contas, a experiência do Paulo não foi tão má. Ele não perdeu seu equipamento deixado no guarda-volumes, nem sofreu danos no equipamento que levou consigo. Mas, acreditem, ele passou toda a viagem preocupado, primeiro com o que deixava no aeroporto, depois com o que levava no bagageiro e depois outra vez pelo que tinha ficado no aeroporto.
Isso é o que eu aprendi da experiência dele:
- Levar sempre o equipamento como bagagem de mão, e nunca, nunca (já disse nunca?) despachar.
- Se assegurar que nossa bolsa acolchada é menor do que o tamanho especificado pelas companhias.
- Levar o mínimo equipamento, o imprescindível, para nos assegurar de cumprir com as exigências da companhia aérea relativamente às bolsas de mão. Nesses casos, eu recomendo objetivas com uma larga faixa focal. A qualidade da imagem é pior, mas ocupam muito menos do que várias lentes fixas ou de intervalo mais reduzido, e são mais cômodas para fotografar enquanto estamos viajando, em lugares que não conhecemos, graças a sua versatilidade.
- Não colocar a bolsa do equipamento no bagageiro, onde pode ser sovada por pessoas que desconhecem o que você leva lá ou que nem se importam, pois dessas também há.
Pois é. Isso é o que eu aprendi da experiência do Paulo. Algumas dessas lições eu já sabia e já faço em minhas viagens de avião.
Mas, por enquanto, vou deixar mais uma dica, que também costumo fazer, não só em aviões. Quando eu termino de fotografar, removo o cartão de memória da câmera e guardo no bolso de minhas calças. O que eu estou fazendo com isso? Estou protegendo mais do que meu equipamento. Estou protegendo meu trabalho.
E, logicamente, coloco outro cartão na câmera pelos acasos. Não quero imaginar ter de tirar a câmera rapidamente para uma foto irrepetível e me encontrar com ela sem cartão!
[divider]
Temos ainda aqui ótimas recomendações do nosso leitor Raphael Diniz:
“Normalmente viajo com minha mochila da Vivitar com 6 lentes, 2 cameras, 2 flashes, cabos, baterias, e carregadores. Dá uma média de 10kgs e não me importo se a regra são de 5 a 7. Digo que é trabalho — se relutarem, ameaço sair do programa de pontos e “me trato”, mesmo não sendo, [como] cliente especial. Já cansei de ver DJs carregando como bagagem de mão aqueles equipos pesados que sei que dali dão mais do que 10 kilos e eu os uso como referência hehehe.
Minha dica é: tente levar tudo dentro de uma mochila de fotografia só. Seja o último a fazer check-in e entrar na aeronave, pois daí você será o último a colocar sua bagagem sobre a cabeça e assim poderá garimpar o melhor espaço e se assegurar que ninguém vai ficar brincando de ping-pong com a bagagem alheia.
E última dica e a melhor: claro, gente que tem pressa/compromisso e está cansado de viajar de avião, viaja na poltrona do corredor. Assim que o avião toca o solo e os avisos dos cintos se apagam, você fica sendo a primeira pessoa a levantar e, naturalmente, a primeira a retirar sua bagagem de mão de cima da cabeça. Faço isso sempre, e sempre dá certo. Para outros materiais que sei que podem ser despachados, embarco tripés, iluminadores, refletores e etc.”
O Pepe Mélega também deu sua contribuição:
“Olha um pouco de mito e fantasia (risos). Mas é verdade que muitos podem ter problemas. Viajo muito com equipamento que vai acondicionado em um case Pelican, modelo 1510, levo o necessário, isto é, dois corpos, quatro lentes em média e pelos menos três flashes que são acomodados no case mencionado, além do notebook. Um carregador de bateria dos corpos sempre vai no case também.
Baterias extras, carregadores extras, tripé e demais acessórios como modificadores de luz, garras vão na mala despachada. Equipamento fotográfico vai é na bagagem de mão por recomendação das companhias aéreas. Um outro truque, para quando desejam que você despache seu case é relacionar tudo com antecedência e imprimir em duas vias. Se a atendente insistir, apresente a ela e peça para o encarregado de plantão assinar se responsabilizando – na hora seu equipamento segue com você.”
Em relação à última dica do Pepe, Ricardo Consonni complementa:
“Em geral, você consegue levar seu equipamento a bordo, desde que não exagere no peso e nas dimensões. Para evitar que, porventura, o atendente do check-in insistia que você deverá despachar seu equipamento, prepare e leve com você um formulário, descrevendo todo seu equipamento, com valor e números de série, dizendo que a companhia aérea irá se responsabilizar por qualquer dano que possa vir a ocorrer com eles, e exija que o pagamento seja feito assim que o voo aterrise. Coloque os preços em reais, para inflacionar mais ainda. Todas os colegas que utilizaram este artifício conseguiram embarcar com seus equipamentos.
Segundo o pessoal do Fstoppers, em diversos voos internacionais é permitido que fotógrafos profissionais embarquem com uma bolsa com seus equipamentos.”
Já o Douglas Gusso nos recomenda dar uma olhada no site da empresa aérea, as especificações lá de quanto se pode levar na bagagem de mão e em que dimensões. Restando dúvidas, pode ser utilizado o número de telefone 0800 da empresa, por onde o usuário pode falar do equipamento que está levando e pedir para carregar como bagagem de mão. Segundo Douglas, geralmente consegue-se atendimento diferenciado.
JC Oliveira nos lembra ainda que, de acordo com as normas atualmente vigentes no Brasil, pode-se ingressar com uma câmera no país, sem ônus, desde que obedecida a definição de “câmera fotográfica” (câmera + objetiva, no caso de ser modelo de objetivas intercambiáveis). Bom levar documento comprovante de pagamento de imposto ou notas fiscais.