Os Retratos de Chichico Alkmin
Década de 10. Um ateliê de fotografia dentro da própria casa, num porão. A iluminação avermelhada era fornecida por clarabóia de vidro vermelho. Uma bancada com três banheiras, para revelador, água e fixador. Os negativos eram de vidro e produzidos pelo próprio fotógrafo, sendo os sais de prata necessários para produzir os negativos comprados em farmácias.
Foi com este equipamento simples e uma câmera de fole 13×18 centímetros que Chichico Alkmin registrou o dia-a-dia de Diamantina de da década de 1910 a 1955. Por suas lentes passaram diversos membros da sociedade da época, sem distinção de raça e riqueza.
Chichico Alkmin fotografou até pequenas crianças que, por um motivo ou outro, faleceram. Os anjinhos, como eram chamados, eram fotografados como parte de um ritual de despedida, costume habitual à época.
Começou o estudo da fotografia com ajuda de amigos e com a leitura de alguns manuais, como o “Manual Prático de Photographia”, de Adalberto Veiga, de 1910.
Chichico Alkmin fez parte da era da cultura de fotografia de ateliê, praticada nos moldes da fotografia feita no século XIX até o começo do século XX. Observar suas fotografias é deixar-se levar um pouco para aquela época, e enxergar a cidade de Diamantina através dos olhos de Chichico.