Conheça o Talentoso Fotografo de Moda Bob Wolfenson
Quem conhece o trabalho de Bob Wolfenson como fotógrafo provavelmente não imaginaria que seu primeiro contato com esse universo nada teve a ver com vocação. Mesmo com talento para lidar com imagens, Bob Wolfenson não queria fotografar. Curiosamente, seu maior sonho era ser jogador de futebol no Santos, seu time do coração.
Aos 15 anos, no entanto, seu pai faleceu e Bob Wolfenson, na época ainda Roberto, não teve escolha senão abdicar da bola para começar a trabalhar. Seu primeiro emprego foi no estúdio fotográfico da Editora Abril, então comandado pelo cearense Francisco Albuquerque. Lá permaneceu por quatro anos, nos quais se tornou, como disse “mais vocacionado para a coisa”. E foi somente alguns anos mais tarde que se dedicou a ser fotógrafo em tempo integral.
Descontente, pediu demissão do emprego no estúdio, e com a ajuda do melhor amigo dos tempos de colégio, Sergio Belinky, Bob Wolfenson conseguiu a primeira estrutura para ingressar na vida de freelancer. Belinky improvisou um estúdio no andar de cima da casa da avó e deu a Bob Wolfenson uma Hasselblad. Deu a ele também os trabalhos da empresa do pai para fazer, fotografando grelhas de ar-condicionado e empresários.
Em 1982, Bob Wolfenson decidiu arriscar-se em uma viagem a Nova York. Desanimado e sem perspectivas concretas, vendeu o carro e foi para lá, disparando cartas de emprego para os principais fotógrafos de moda. O jogo virou para ele justamente quando um dos mais aclamados fotógrafos desse gênero nos anos 70 e 80, Bill King, o chamou para trabalhar. Aprendendo como assistente pelo período de um ano e meio, Bob Wolfenson voltou ao Brasil mais experiente e já conhecido como fotografo de moda.
Hoje, com mais de quarenta anos de carreira, consagrou seu nome como uma referência na fotografia nacional. É um dos mais conceituados e requisitados retratistas do Brasil, além de colecionar editoriais de moda, capas de revista e ensaios de nu, com destaque para inúmeras edições da Playboy. Versátil e altamente premiado, faz imagens para o mercado publicitário e realiza ensaios e projetos não comerciais, possuindo fotos em diversas coleções, museus e instituições de arte.
Entre alguns dos nomes que passaram por suas lentes estão Sonia Braga, Fernanda Montenegro, Cleo Pires, Gisele Bündchen, Carol Trentini, Naomi Campbell, Chico Buarque, Caetano Veloso, Walter Salles, Ronaldo, Pelé, entre uma infinidade de personalidades desse quilate.
Apesar da multiplicidade encontrada em seu trabalho, Bob Wolfenson está sempre em busca de temas que sejam pertinentes àquilo que pensa e sente. “Neste sentido, tudo o que fotografo tem a ver com a minha vida, minha existência. O que me atrai hoje são estas articulações entre o trabalho todo; o texto, as fotos, o nexo comigo, com a época e com o país.”
Aos interessados em conhecer um pouco mais sobre o fotógrafo e o mercado da fotografia, fica a sugestão do livro “Cartas a um jovem fotógrafo – O mundo através das lentes”, no qual Bob Wolfenson discorre sobre as dificuldades da carreira relatando sua própria trajetória de forma sincera e objetiva.