As 10 câmeras mais utilizadas por brasileiros no Shutterstock
O Shutterstock, líder no fornecimento de imagens comerciais e músicas, revelou em um gráfico quais foram os 10 modelos de câmeras mais utilizados por colaboradores brasileiros em 2014
Para quem ainda não está familiarizado com o Shutterstock, trata-se de um grande banco de dados de imagens (fotos, vetores, ícones, ilustrações), vídeos e músicas em que você paga por uma assinatura para ter acesso ao conteúdo do site. Aqui você pode conferir os planos e preços oferecidos pelo Shutterstock. E o site costuma divulgar uma série de infográficos sobre o conteúdo armazenado por lá e um que me chamou atenção logo que vi foi o das 10 câmeras mais utilizadas por usuários brasileiros em 2014, estatística montada de acordo com os dados EXIF das imagens enviadas para o Shutterstock.
É inevitável entrar em um assunto que detesto: a briguinha Canon vs. Nikon que acontece de forma um tanto exacerbada (e injustificada) aqui no Brasil. Os fãs defendem suas marcas de preferência com unhas e dentes gerando grande quantidade de ofensas mútuas como se estivessem ganhando algo para isso, mas sabemos que não é bem assim, eles fazem isso de graça mesmo e as duas marcas agradecem a enorme propaganda gratuita. Voltando ao gráfico, ele ilustra bem o que se tornou o mercado fotográfico brasileiro: os três modelos que estão disparados na frente são três DSLR “full frame” e todos da mesma marca: Canon 6D, Canon 5D Mark II e Canon 5D Mark III, e há explicação para isso.
Canon 6D, full frame”popular” da CanonÉ costumeiro da Canon há anos possuir modelos de câmeras mais baratos aos equivalentes da rival Nikon, talvez isso faça os usuários brasileiros (conhecidos pelo imediatismo) optarem pela câmera mais barata sem se importar com o que vem depois. E instaurou-se nos últimos 3 anos uma opinião geral de que “só full frame serve para fazer algo e todas as outras câmeras não servem para nada”, até porque os modelos mais baratos que agora existiam facilitavam isso. Isso aconteceu primeiro com as câmeras DSLR em geral, pois falava-se muito que “compacta não serve para nada” e aí começou o que eu chamava de patrulha da reflex. Agora essa patrulha refere-se muito mais às FF e vejo muita gente que nunca teve contato algum com câmera DSLR já começar com uma full frame devido a essa patrulha, ou mesmo gente que fotografa apenas por hobby ignorar a existência de câmeras com sensor “cropado” (outro termo que não gosto muito, mas é necessário) pois, segundo a patrulha atual, elas não servem para nada.
E fora as 3 Canon FF que lideram o gráfico, temos outras 4 DSLR da mesma marca com sensor APS-C fechando as 7 primeiras posições, talvez baseado naquilo que falei sobre as DSLR Canon serem um pouco mais baratas. Porém, estou percebendo uma tendência de mercado que pode mudar um pouco este panorama, as DSLR de entrada da Nikon estão ficando mais baratas que as Canon (pelo menos nas lojas aqui do Rio de Janeiro) e isso poderá ocasionar uma grande mudança em um gráfico semelhante referente ao ano de 2015. O que também pode reforçar esta hipótese é o fato de que atuo como colaborador em um curso de fotografia do Rio de Janeiro e sempre percebi um equilíbrio entre os que iniciavam com Canon e com Nikon, às vezes percebia uma ligeira vantagem para os usuários da primeira, mas na última turma vi uma imensa maioria de novos fotógrafos iniciando com uma Nikon. A proporção era de 3 Nikons para cada Canon, nunca vi diferença tão gritante assim.
Nikon D700 ficou durante muito tempo no mercadoNo gráfico aparecem apenas duas Nikon, uma em oitavo lugar (D700, uma FF já fora de linha há algum tempo) e outra em décimo lugar (D5200, uma excelente DSLR de entrada). Em nono lugar uma grata surpresa, talvez até uma aberração em meio a tantas “patrulhas” querendo determinar o que os outros devem usar: uma Panasonic TZ31 (modelo europeu que não possui equivalente aqui no Brasil, o mais próximo seria a ZS20) que já teve 3 substitutas.
Finalizando: a Canon domina o mercado brasileiro, mas esse domínio parece ter um prazo de validade, e as full frame tem empurrado as APS-C cada vez mais para o limbo. As compactas perdem seguidores de forma que em breve os smartphones tomem seu lugar completamente. E isso porque o mercado de câmeras mirrorless não “pegou” no Brasil. Já escrevi outros textos semelhantes como podem ver aqui no meu blog pessoal.
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