A agilidade na Fotografia Esportiva no Fotojornalismo
Acredito que os leitores do site não necessitam da agilidade de edição e entrega/publicação do trabalho que exige no fotojornalismo. Mas vou contar um pouco sobre o empenho que um fotógrafo necessita para a cobertura de certos eventos.
Antes de começar a ler a máteria aconselho a darem uma leitura em meus artigos anteriores, são eles: O Fotógrafo de Esportes e seus equipamentos e O exato momento (e o “Shutter lag”).
Vocês já notaram que em grandes coberturas (como Copa do Mundo e Olimpíadas), os jogos nem acabaram e os sites já expõem em duas páginas de entrada a foto da partida?
Este tipo de trabalho não serve apenas para os sites, mas para os jornais impressos (que tem o seu horário de fechamento) e agências fotográficas e de notícias (que precisam disponibilizar o material para venda, dos quais sites e jornais impressos são os grandes compradores).
Estas fotos na maioria das vezes são editadas e transmitidas pelo mesmo profissional que as fotografa. Alguns eventos há um editor que se responsabiliza apenas por fazer o upload destas imagens. Fazer chegar o material ao editor pode ser pessoalmente, ou através dos transmissores de arquivo wireless, remotamente.
Quando você está sozinho você precisa ao mesmo tempo saber o que está acontecendo na partida ao mesmo tempo que você edita e transmite os arquivos.
Vou usar o exemplo de um jogo de futebol que são dois tempos de 45 minutos com um intervalo de 15. Antes da partida o profissional faz a ambientação, fotografa torcedores, bandeiras, caras pintadas, etc.. e as transmite antes do começo da partida.
Fotografia de Cristiano Andujar por PauloLichtemberg
Durante o jogo começa o acumulo de funções. No primeiro tempo o cliente/contratante ou até mesmo o profissional define um tempo (10, 15min) para o envio das primeiras fotos.
- Antigamente existiam os motoristas que levavam os filmes para as redações, e no caso das viagens os fotógrafos usavam os mini-laboratórios e transmitiam as fotos pelo sistema “telefoto”. Um pouco mais moderno vieram os computadores e os scanners de negativos.
Passado o tempo determinado, ou o fotógrafo vai a uma sala em que está o seu computador (mas desta maneira se acontecer um lance capital, como um gol, estará longe), ou, o que é mais frequente, ele abre o notebook e dai baixa, edita e envia o material para a editoria, sempre estando atento ao que acontece no campo e pronto para disparar a sua câmera.
Aos 30/35 minutos, ou até mesmo ao final do primeiro tempo (usando o intervalo) se manda mais algumas imagens.
Ao sair um gol fazendo bela foto de comemoração, ou algum lance que rendeu uma boa foto o fotógrafo para tudo e da prioridade para a transmissão. Já aconteceu comigo de estar editando a comemoração de um gol e neste momento (uns 5 minutos depois do gol) o time fazer o segundo, tem que se estar preparado para deixar o computador de lado para captar a comemoração do segundo gol.
O bom fotógrafo tem que estar atento a tudo que se passa dentro e fora das quatro linhas. Um segundo exemplo pessoal, foi no final de uma partida (acho que passava dos 40 minutos do segundo tempo), quando um torcedor invadiu o campo tentando agredir o árbitro, e sendo retirado pela polícia.
Como eu já havia comentado em outra coluna nem sempre é necessário a bola estar no quadro, no caso da invasão de campo, poderia ter perdido o lance se estivesse prestando atenção apenas no lance aonde estava a bola.
Torcedor do Flamengo invade gramado
Brasil – Florianópolis- SC – 10/10/2010
Avaí x Flamengo – Estádio Ressacada
Campeonato Brasileiro da Série A
Foto: Cristiano Andujar
Alguns dos equipamentos do Fotógrafo/Fotojornalista de futebol
- Corpo DSLR
- tele-objetiva 400mm f/2.8, 300mm f/2.8 ou 200mm f/2.8 (para fotos longe – corpo principal)
- grande angular entre 15 e 24mm (fotos de perto, times perfilados – segundo corpo)
- Monopé (para sustentar uma 300 e 400 só assim, algumas lentes 200mm já vem com anel e sapata para tal)
- Computador com acesso a internet (alguns estádios possuem rede wireless e sala para o computador)
- Cabo USB ou Leitor de Cartão (pelo menos dois cartões, enquanto um é feito o download o outro está na câmera, pronta para ser usada)
- Banco, banquinho (encontrado em lojas de pesca) ou uma escadinha (geralmente em finais, quando há muitos fotógrafos alguns a usam para ficar atrás dos outros, assim fotografando o time perfilado no meio) – Alguns estádios para se fotografar na linha lateral só é permitido sentado. Com o uso de um segundo bancos, um serve para o computador.
- Disparador remoto (Ex: Pocket Wizard): usado para disparar um segundo ou terceiro corpo remotamente. No Futebol geralmente se usa atrás da rede do gol.