A falta em fotografia
Há faltas que irão perdurar em toda profissão, mas no que se diz aos elementos voltados ao profissional autônomo, e para quem vive “apenas” da fotografia é mais complexo ainda.
Existem espinhos, vários deles (apresento os que são próximos a mim):
Não contar com um salário fixo, gera um sentimento de uma esperança diária, ou desesperança.
A não notícia de uma confirmação do cliente que irá fechar o contrato.
O horário das sessões fotográficas está marcado, mas existem atrasos, e o tempo que o fotógrafo leva esperando, é algo valioso, esperar sim, mas até quando?
Não existe um bom dinheiro em caixa por parte do fotógrafo para fazer movimentação de dinheiro, e se um equipamento quebrar ou precisar de reparos eu não sei no que irá dar. Iniciou-se há pouco tempo na fotografia, não tem um “padrinho” ou patrocinador que investirá, e não saiu de uma empresa e recebeu um bom acerto, para o devido investimento.
Os anúncios digitais, dizendo que cobre oferta no serviço fotográfico é desesperador, é uma “concorrência” desleal, coloca a fotografia apenas como produto mercadológico. Eu nunca vi um anúncio de um médico fazendo descontão ou promoção.
O orçamento do cliente destinado para fotografia é um dos últimos a ser lembrados e investidos, resta o fotógrafo lidar com “choros” de pedidos de desconto: Eu gastei muito, nem sei o porquê estou te ligando, mas eu quero as fotos.
O fotógrafo deve ter várias redes sociais, e atualizar sempre, e responder os clientes quase momentaneamente.
A tecnologia evolui, os computadores merecem ser atualizados, em curto período de tempo lançam-se uma tecnologia, diferente de telas, monitores, os HDs ou SSDs irão ficar cheios, principalmente dos arquivos RAW.
São planilhas de orçamento alteradas, até que se chegue a um suposto consenso: Será que estou cobrando barato? Será que estou cobrando caro?
Os fornecedores e seus produtos de baixa qualidade e com atraso.
Outros espinhos são os fetiches de marca: Compre uma fullframe! Lente boa é lente clara! E quantas vezes já ouvi que a lente do kit, a 18-55mm é uma porcaria, discursos fechados precisam ser revirados e relidos.
Nem preciso citar as subidas do dólar no Brasil, na atualidade.
A incerteza, digo a falta sempre irá bater na porta do estúdio fotográfico, sem distinções, e seria ingenuidade achar que a popularidade e experiência de um fotógrafo, a agenda lotada e orçamentos altos não irão trazer uma falta, uma brecha de angústia.
Vejo que não existe diferença no fotógrafo “pop star” ou o que “ponta de esquina”, ambos precisam, comer, se vestir, e o mais difícil de tudo: sobreviver.
Existe uma esperança, tento provar isto com a escrita deste pequeno artigo, se consegui ao menos falar disso já é um caminho em percurso. É da fotografia que eu estou vivendo, é dela que pretendo ganhar mais dinheiro, e que meus clientes fiquem satisfeitos, que eu fique satisfeito, pois fotografar em primeiro momento não veio como profissão, mas agora é, além de tudo é paixão, diversão, terapia. Transformo a minha dor/falta, em algo palpável, que atrai olhares.
A fotografia está no auge, é o que vemos em cursos, matérias e palestras, mas a realidade o dia-a-dia de um fotógrafo bebê é feita de quedas, choros, machucados, e passos tímidos, mas não trôpegos.
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