A curiosidade humana e o progresso da fotografia
A curiosidade do homem foi responsável por vários avanços em todas as áreas do conhecimento e o progresso da fotografia não foi diferente. Muito se conseguiu em aperfeiçoamento tecnológico graças à curiosidade e pesquisa de alguns desses “curiosos”. A fotografia inclusive “surgiu” meio que “acidentalmente” quando em 1823 (existe aí uma discrepância em relação a precisão das datas) algumas fontes dão como sendo 1816 o ano em que Joseph Nicéphore Niépce, pesquisador francês, conseguiu captar a imagem de uma mesa depois de “deixar” por horas uma folha sensibilizada quimicamente exposta à luz.
…uma coisa leva à outra, que leva à outra…
Bem a partir daí, outros “curiosos” continuaram a trabalhar na descoberta de Niépce e a aperfeiçoar a técnica de capturar imagens. Até que em 1872, o fotógrafo e pesquisador inglês Eadweard Muybridge, recebeu do governador da Califórnia Leland Stanford, a incumbência de provar que um cavalo a galope tirava em algum momento as quatro patas do chão, Leland havia apostado nisso. Usando 24 câmeras e um sistema de disparo automático criado por ele, Muybridge conseguiu provar que o governador estava certo, e mais, percebeu que as fotos que havia tirado, quando exibidas em sequência davam uma ilusão de movimento, estava nascendo ali o cinema. E se Muybridge é considerado um dos pais do cinema, a mãe com certeza é a fotografia.
Confirmando Muybridge
Em abril de 2014 saí para uma pauta da secretaria de Segurança, eu e minha amiga Lucia Zanelli, a tropa da cavalaria responsável pelo patrulhamento e controle de distúrbios da cidade de São Paulo, estava recebendo novos uniformes e equipamentos. Basicamente itens de proteção para os soldados e suas montarias, alguns desses soldados posaram para as fotos usando esses novos equipamentos, e um deles veio para a sessão de fotos com o seu cavalo. Entre uma foto e outra, conversando com o oficial que nos recebeu, lembrei-me da aposta do governador da Califórnia e do feito de Muybridge, e comentei com nosso anfitrião que se mostrou interessado e curioso com a história. Pedi então para o soldado que fizesse algumas passagens a galope em frente ao local onde estávamos. Ele passou umas duas ou três vezes, e eu com a Canon EOS 1D Mark III com uma 16x35mm fiz uma sequência de fotos, e mostrei para o oficial curioso uma em que o cavalo tem as quatro patas fora do chão. Assim 142 anos depois, eu pude confirmar Muybridge.