Você sabe como se livrar da sujeira no sensor?
É um pássaro? Um avião? O Superman? Não, é uma sujeira no seu sensor! Acontece assim: uma poeirinha cai encima do sensor e bloqueia a luz que formaria alguns pixels. Essa poeirinha, quando bem pequena, só aparece se você estiver fotografando com uma profundidade de campo muito ampla – tipo na hiperfocal. É assim pois, quando a profundidade de campo é rasa, a luz converge da lente em um angulo tão aberto que “contorna” a sujeira.
Esse maldito pontinho escuro aparece mais quando você está fotografando aquela paisagem linda sob um céu de brigadeiro. O “Superman” se destaca no céu azul, porque ali não tem textura para escondê-lo. Se eu fosse o Lex Luthor procurando o Superman, apontaria a câmera para o céu azul, fecharia a lente para f/22 e dispararia uma foto com o ISO mais baixo possível. Mas se você só quer encontrar as sujeiras do seu sensor, qualquer coisa sem textura serve.
E agora, está lá a sujeira no sensor… como livrar-se dela? Bom, existem vários métodos, eu sugiro você começar com os menos invasivos: Tente um soprador, se ele não der conta, use uma espécie de cotonete ou espátula própria para isso. Não use produtos de limpeza, não use ar comprimido e não tenha pressa – faça tudo suavemente e com calma.
Essa sujeira foi parar lá, provavelmente, quando você trocou de lente então, procure fazer trocas mais rápidas. Pegue a lente que você vai instalar e fique com ela na mão enquanto tira a outra da câmera, instale a nova lente antes de ir guardar a outra. Quanto mais tempo a câmera ficar aberta, maior a chance de sujar. Proteja a câmera do vento ao trocar de lente e evite trocas em lugares empoeirados ou com excesso de umidade. Não remova a lente para guardar a câmera só com a tampa, essas tampas de câmeras não vedam bem e você estará expondo sem necessidade o interior da câmera.
Mas nem tudo é desespero, as câmeras têm um sistema automático de limpeza que vibra um “vidrinho” sobre o sensor e isso costuma tirar as sujeiras maiores antes de elas aderirem. Aliás, se você riscar o sensor ou manchar, não é o sensor em si, é esse vidrinho. Isso não é uma notícia tão boa, porque você não conseguirá comprar ele para substituir, isso seria fácil demais. São dessas coisas que acontecem hoje em dia, parece que nada é feito para durar… Se você danificar esse “vidrinho”, a assistência provavelmente te dirá que tem que trocar o sensor todo, isso é um absurdo mas é o que temos.
Legenda: Sistema de limpeza automático que fica sobre o sensor: Fonte: https://www.youtube.com/playlist?list=PLKn9WlGFF8ovrGD-j4HNMwNh9QWkF-8X3
O caso é que esse “vidrinho” não se danifica assim tão facilmente, ele não é muito mais sensível do que são as lentes fotográficas. Outra ideia equivocada é achar que é mais fácil sujar o sensor de uma câmera Mirrorless, já que em uma DSLR você tem o espelho e o obturador fechado que “protege” o sensor da sujeira. Na prática, a coisa funciona diferente: quando uma sujeira entra em uma DSLR, ela não vai diretamente para o sensor pois, realmente existem esses obstáculos. Entretanto, ao disparar uma fotografia, o movimento do espelho gera turbulência no ar da câmera escura, isso faz a sujeira ficar voando de um lado para o outro. Uma hora ou outra ela acaba caindo no sensor. Em uma Mirrorless, a sujeira tende a ficar onde ela caiu primeiro – no sensor ou nas paredes da câmara escura – e não sair mais dali sozinho.
Ou seja, o espelho funciona como uma vassoura varrendo a sujeira para baixo do tapete. Então ele não ajuda nada na proteção, ao contrário, ajuda a sujar. E a flange longa das DSLR atrapalha a limpeza, como o sensor é bem recolhido o acesso é mais difícil. Em uma Mirrorless você consegue limpar muito mais facilmente o sensor. De qualquer forma, tenha cuidado mas não fique paranoico, sujeira no sensor não é o fim do mundo – não deixe que o medo dela te impeça de fotografar.