Entrevista a Dani Prates – Fotógrafa de família e infantil
Dani Prates. A fotógrafa de família e infantil, que encontrou seu “olhar” de criança.
É com enorme prazer que venho apresentar este novo formato de entrevista da FOTOGRAFIA DG. Como o objetivo aqui é disseminar informações sobre o mundo da fotografia; aprendizagem, lançamentos, eventos; resolvemos também abrir um espaço bate-papo e também expor trabalho de profissionais que ainda não estão nas grandes mídias, mas que também são dotados de muito talento, criatividade, ética e profissionalismo.
Agora, ao menos uma vez por mês, estarei aqui apresentando entrevistas e trabalhos de tantos excelentes profissionais que a fotografia ganha a cada dia. Eles estarão falando um pouco da sua experiência profissional, do dia-a-dia da profissão, dando opiniões e muito mais.
A minha primeira entrevistada é a fotografa carioca Dani Prates: dona de um olhar único quando o assunto é criança e família. Colocando a criatividade em prática, ela vive em busca do novo para adicionar em suas produções. O lema é: para cada trabalho uma idéia nova e um resultado diferente. E acredite, ela consegue.
A busca da personalização também é sua marca, ou seja, ela molda o seu trabalho nas expectativas e identidade dos seus clientes. E o melhor de tudo é que na fotografia infantil e de eventos, ela consegue se “transportar” para o mundo dos pequeninos para buscar uma visão de criança: um olhar verdadeiro, emocionante, brincalhão e espontâneo.
Viagem agora para o mundo da fotografia familiar e de criança com a fotógrafa Dani Prates.
FOTOGRAFIA DG – Como e quando a fotografia entrou na sua vida?
DANI PRATES: Aprendi a fotografar com o meu marido, ele fazia por puro hobbie. Pouco tempo depois já estava trabalhando como fotógrafa.
FOTOGRAFIA DG – Grande parte do seu trabalho é voltada para a fotografia de família (ensaios e books de gestante, infantil, família e eventos infantis). A opção por este segmento partiu de você? Como isso aconteceu?
DANI PRATES: Com certeza foi uma escolha. Quando comecei a fotografar, meus filhos foram quase que por completo responsáveis por esta escolha. São 05 crianças e a inspiração veio deles. O universo infantil e familiar era toda a nossa rotina.
FOTOGRAFIA DG – Seu trabalho é marcado por ousadia no olhar, na forma de trabalhar e principalmente pela criatividade. Podemos dizer que vive a busca constante do novo. Como se dá esse processo no seu trabalho?
DANI PRATES: Vivo em uma eterna busca pelo novo! Quando comecei o comum eram fotos em estúdio, quase não se via fotografias espontâneas, sessões externas. Queria algo que não cansasse as crianças. Hoje isso é comum, a maioria dos fotografos utilizar essa abordagem. Gosto de ousar, cada sessão é uma necessidade de criação, de inovação! Hoje é comum a busca de inspiração em colegas de profissão, porém eu prefiro outras fontes. Não que a fotografia de outros não me inspire, mas evito na medida do possível visitar blogs ou sites fotográficos quando estou no meu processo criativo. Abuso dos livros, das artes, da natureza, houve um ano que todas as minhas sessões tinham flores. Hoje por exemplo converso com os pais sobre a profissão ou características pessoais e as uso como base para as fotos.
FOTOGRAFIA DG – Qual a importância da busca de uma linguagem fotográfica própria no resultado do seu trabalho e na visão dos seus clientes?
DANI PRATES: Eu venho do varejo, passei anos da minha vida focada em personalização. Acho que a criação é um dos principais e melhores momentos que um fotografo viver e construir. Ter orgulho de algo seu, é único! É bacana saber que suas fotos possuem uma identidade, isso é o mais difícil e o mais prazeroso.
FOTOGRAFIA DG – Poderia falar um pouco sobre importância do fotografo social e de família na sociedade?
DANI PRATES: Um tempo atrás esse segmento era para aqueles que não tinham mercado, o fotografo de eventos era mal visto. Quase que um invasor. Hoje ele precisa se fazer íntimo, atento. Mais que apenas registrar, ele é o retratista de uma verdade única, de um olhar absoluto. Lembranças e momentos eram no passado, descritos pela memória. Hoje o fotografo social e de família consegue registrar histórias com tamanha atenção, que conseguem descrever através da imagem a exata emoção de um momento.
FOTOGRAFIA DG – Falando um pouco de equipamentos, qual o set de que você atualmente utiliza. Essa escolha se deu por quais fatores?
DANI PRATES: Meu equipamento é da marca Nikon. É comum me ver com uma Nikon D50 que não largo nunca, mas no trabalho uso uma D300S. Quanto as lentes meu set é composto das fixas 35 mm, 50 mm, 85 mm, uma ou outra tele-zoom (raramente).
FOTOGRAFIA DG – O segmento de fotografia de eventos a cada dia ganha novos profissionais e interessados. Como você vê o mercado de fotografia de família e eventos diante disso? Poderia citar alguns pontos positivos e negativos dessa nova realidade?
DANI PRATES: Nossa! Tanta gente! Para a fotografia só algo positivo, sem dúvida! A fotografia digital facilitou tudo e a internet foi sua cúmplice. Antigamente você só via o álbum de casamento da sua prima ou no máximo o seu quando se casava. Hoje é possível conhecer trabalhos do mundo inteiro! E mais, o aprendizado ficou mais fácil, tutoriais, dicas, sites, blog… Todos ensinam alguma coisa, é possível fazer pesquisa de equipamentos, comparativos, dentre outros. É uma profissão que conquista, mas viver dela não é fácil. É saber que viverá em uma eterna busca onde a segurança só vai depender de você.
FOTOGRAFIA DG – Com a chegada dessa nova geração de profissionais e da era digital na fotografia, discute-se muito a importância do marketing para se destacar no mercado. Buscar especialização em gestão de vendas, comunicação e administração é necessário. Você acredita que este é o caminho para formar um negócio de fotografia e um fotógrafo?
DANI PRATES: Vou me dar de exemplo. Nunca foi agressiva em marketing, uso o Blog para me comunicar com meus clientes. Uma vitrine para meu trabalho, mas é raro me ver vendendo meu “peixe”. Acredito no marketing, acho importante, mas não é o principal caminho. Tem que ser bom, não adianta Blogar, Twittar, usar o Facebook, anunciar senão tiver um bom trabalho. Um não vive sem o outro.
FOTOGRAFIA DG – Para toda essa nova geração qual seriam os “10 mandamentos” que você deixaria:
DANI PRATES:
- Criatividade
- Observação
- Ética
- Responsabilidade
- Talento
- Estudo
- Investimento em equipamentos (no que for usar, pois não adianta ter “mil” lentes sem saber o que fará com elas)
- Humildade
- Caráter
- Bom senso
- Paciência
Teve mais de 10….
FOTOGRAFIA DG – Como é a rotina de vida de um fotógrafo de eventos e família?
DANI PRATES: Difícil, muito difícil! Não só de família, mas em qualquer que seja o segmento. Controlar a ansiedade de seus clientes. Saber que todos os finais de semana e feriados você estará à disposição do trabalho, viagens e passeios de domingo serão cada vez mais escassos. Final de semana você estará fotografando e dia de semana você estará editando, respondendo aos emails, diagramando. Quando você tem um escritório fica um pouco mais fácil, mas geralmente a maioria trabalha em casa. Isso significa que ver TV, dormir cedo, ou algo do tipo você não fará mais. É quase impossível ter uma rotina de casa. Você vai olhar seus emails de 5 em 5 minutos. Passará mais horas editando do que com sua família, você deve estar perguntando, “então ser fotografo é ruim”? Não! Com tudo isso, é maravilhoso!
Gostou do trabalho da talentosa e criativa fotografa brasileira Dani Prates? Quer conhecer mais sobre o trabalho dela? Então não deixem de visitar:
SITE: www.fazendopose.com.br
BLOG: fazendopose.com.br/blog/
TWITTER: @daniprattes