Erika Verginelli: a fotógrafa full time…
Erika Verginelli… mãe, esposa e filha que tem o dom de nos fazer sonhar, de querer ter uma família tão bonita e unida quanto à dela, que nos lembra o quanto a fotografia é uma arte para que façamos isso presente em nossas fotos, basta apenas sentirmos a energia positiva que está à nossa volta e dentro de nós.
Ela se descreve como “fotógrafa full time, mãe, esposa, filha… não necessariamente nessa ordem”. Suas fotos envolvem sempre família, bebês, grávidas, crianças e casais, mas ela própria tem pouquíssimas fotos suas. Em seu blog é possível saber um pouco mais do dia-a-dia dela e também conhecer um pouco mais dos seus modelos preferidos: a filha Emanuella (dois anos) e o filho Giuseppe (nove meses).
Erika e sua filha Emanuella
Estamos falando de Erika Verginelli, brasileira nascida no Rio de Janeiro em 14 de fevereiro de 74 (atuais 36 anos), e que escolheu viver em São Paulo desde os 30. Cursou Química Industrial e Relações Internacionais, mas é formada em Propaganda & Marketing pela Universidade Estácio de Sá (RJ), e sempre gostou de fotografia. Mas a paixão veio à tona quando entrou para o Flickr. “Não tem como não amar aquele site e se inspirar cada vez mais”, revela.
Seu primeiro trabalho foi o ensaio de uma família. Erika admite que isso é o que mais ama fotografar até hoje e de longe podemos notar o quanto ela acredita que a relação com a família é importante. Nas postagens ela sempre toca algum ponto que mexe com o coração das mamães e papais do pedaço. E ainda brinca: “Quem me conhece sabe que sou simplesmente apaixonada por fotografia de famílias, bebês e crianças. Eu até brinquei no meu Twitter outro dia dizendo que chega a ser quase injusto eu ser paga pra isso”.
Pra ela não existem muitas dificuldades com o trabalho. Talvez apenas quando encontra uma pessoa mais tímida ou como dizemos por aí, “mais travada”. “Até eu conseguir com que a pessoa se solte, demora um pouco. Isso normalmente acontece com os homens, que não gostam muito de estar ali, super comum… mas eu sempre dou um jeitinho e no final dá tudo certo!”, conta.
Planejamento no trabalho e sonho realizado
Como publicitária aprendeu que fazer um planejamento da divulgação do seu trabalho é muito importante. É o que tem feito ultimamente já que há dois meses realizou o sonho de muita gente: ser fotógrafa em tempo integral. “Foi um sonho conquistado! Nos últimos seis anos trabalhei como Gerente de Marketing e Branding e sou formada em Propaganda e Marketing.“. Isso fez com que ela conseguisse se organizar de maneira positiva no que diz respeito à fotografia.
Somada ao trabalho, Erika também concilia a maternidade. No começo, ela admite que era mais difícil. “Eu trabalhava a semana inteira das oito e meia da manhã até as cinco da tarde, chegava em casa e ia ficar com meus filhos, dar janta, colocar pra dormir…” Só então, revela, que se voltava para o computador para responder emails de orçamento, tratar fotos, fazer álbuns, preparar post pro blog. “Dificilmente dormia antes das três da manhã. E às sete horas estava de pé novamente para ir pro trabalho”, diz.
Nos finais de semana? Bem.. nesses dias Erika ainda tinha sessões de fotos, não muitas, pois não dava conta e recusava vários trabalhos. Porém vira e mexe fazia sessões de fotos, dentre outros trabalhos de fotografia. “Sem a ajuda e apoio do Gustavo, marido maravilhoso que eu tenho, isso não teria sido possível. Quase surtei durante dois anos, mas agora tudo está melhorando, pois tenho maior flexibilidade de horário”, relembra.
A crise com a fotografia teve um período de dois anos (os últimos dois). Ela se perguntava: “Será mesmo que devo largar o meu emprego pra virar fotógrafa full time? E como fazer isso?”. Mas a mãe da Emanuella e do Giuseppe corrige: “Não foi bem uma crise (porque eu tinha certeza que era isso que eu queria), mas um conflito interno. É muito difícil deixar a carteira assinada pra viver como autônomo. Ainda mais depois que temos filhos, pois passamos a ter muitas despesas fixas”, afirma.
Web, edição e fotografia no Brasil
A fotógrafa que veio morar na “terra da garoa” depois de seu casamento, acredita que a troca de informações que acontece na rede é legal e muito válida. “Adoro a troca de informações que tenho no Twitter com as pessoas que sigo e também com meus seguidores. Depois dele, não existe mais pergunta sem resposta. O Facebook tenho começado a usar bastante e estou gostando”, revela. O único problema, segundo Erika, é que pode acontecer algum abuso de algumas pessoas por causa dessa proximidade do mundo virtual. Mas com ela nunca aconteceu nada de mais. “Até pouco tempo, tinha uma página no formspring onde eu respondia várias perguntas, mas elas estavam um pouco repetitivas e básicas demais”, conta. O exemplo dado pela fotógrafa é que algumas coisas que a pessoa podia facilmente pesquisar no Google, perguntava. Mesmo gostando muito de responder e ajudar, acabou por terminar temporariamente com o formspring.
Além da própria família, a inspiração se baseia em vários fotógrafos. “Difícil especificar algum. Gosto de várias fotógrafas no Flickr que são especializadas em fotografia infantil e também acompanho o trabalho de vários fotógrafos estrangeiros, sejam eles de casamento ou especializados em crianças e famílias. Ultimamente tenho me inspirado bastante em lifestyle e editoriais”, aponta. Porém, a fotógrafa revela que nos últimos tempos tem evitado olhar muito os blogs que acompanha pelo Google Reader. O motivo? “Acho que isso tem prejudicado um pouco a minha criatividade. Tenho tentado não ter referências, assim tenho maior possibilidade de criar e me libertar de regras e modismos. Hoje em dia com a internet e blogs, isso é muito difícil porque está tudo muito na nossa cara né? Mas pelo menos tenho tentado não me deixar influenciar”, confessa.
Sobre edição de fotos, Erika é categórica: “Eu edito todas as fotos que eu mostro pro cliente. Mas sempre tento fazer o mínimo possível pra não ficar over”. Conhecida pela claridade e pelas cores das fotos (tons pastéis, delicados e ao mesmo tempo coloridos…, “pelo menos é o que eu mais escuto por aí”, segundo ela), continua: “Sempre tento ao máximo fazer o certo na hora de fotografar para depois ter que mexer o mínimo possível no Photoshop”. Ela revela que a sua fotografia melhorou muito depois que começou a fotografar no modo totalmente manual.
Atualmente, acredita que uma das maiores dificuldades do fotógrafo brasileiro está atrelada a valorização (ou à falta de). “Somos artistas e merecemos esse reconhecimento. Infelizmente muitos profissionais se prostituem e isso acaba prejudicando os fotógrafos sérios, que investem em equipamentos da melhor qualidade, caríssimos no Brasil, que investem em conhecimento fazendo cursos e workshops, que ficam horas estudando como editar suas imagens e que passam muito do seu tempo investindo em dar o melhor pros seus clientes: o melhor serviço, o melhor álbum, a melhor fotografia, a sua melhor arte”, aponta.
Para finalizar entrevista, Erika deixa um recado para os leitores do Fotografia DG: “Busquem a informação, não se contentem com pouco, queiram sempre saber mais e mais, o Google está aí para isso: para nos ajudar. Pratiquem e muito. Não se prendam muito em regras, experimentem e sigam sempre o seu coração e a sua intuição. É aí que está a arte, dentro de cada um de nós!”
Erika – site: http://www.erikaverginelli.com/
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