Fotografia Tridimensional
Olá amante da fotografia e entusiasmado leitor do Fotografia-DG, você está iniciando junto com a gente esse espaço novinho em folha, essa dimensão criada nesse instante, para falarmos de um presente que a fotografia nos dá, um verdadeiro achado, e que é muito, mas muito interessante… então, diga-me uma coisa: – Você já observou uma fotografia tridimensional? Sabe como fazer isto? Vamos aprender?
Então, para todos vocês, sejam muito bem-vindos à…
PhotoDimensão 3d- Fotografia Tridimensional
A fotografia nos possibilita, através da prática de um procedimento pouco desenvolvido e menos divulgado, unindo os recursos da técnica fotográfica ao processo inato de ver do corpo humano, contemplar, literalmente, imagens com profundidade, e experienciar situações completamente novas ao nosso cotidiano perceptivo, de uma maneira que jamais poderemos ter sem a junção destes dois primorosos domínios, um tecnológico, outro biológico.
Uma novidade antiga… e muito legal…
Nada é tão antigo quanto perceber o mundo ao redor em três dimensões, mas, perceber uma fotografia em três dimensões, é possível? Sim, claro que é. Exige uma técnica, ou melhor, duas… e há algumas, ou melhor, muitas sutilezas nesse processo. Vamos estudar um pouco isso, devagar, para compreender bem, porque compreensão é a chave.
Na foto abaixo, consegue você perceber, nesse balanço para crianças, a distância que existe entre os pés de madeira do lado esquerdo e os do lado direito? Claro que sim, mesmo sem saber que distância é essa, percebemos uma distância aí, né… E a distância que existe entre as cadeirinhas e a viga de madeira de cima do balanço, percebe?
– Sim, sim, sim, perfeitamente. Eu não sou cego!
Exatamente, você percebe porque tem ‘olhos pra ver’
E agora, que tal a distância entre o balanço e aquelas coisas que estão lá atrás, como as árvores e aquela outra estrutura de madeira, você consegue perceber essa distância? Consegue?? Certeza???
A resposta certa é… Não! Eis aqui a primeira sutileza, a diferença entre percepção e dedução.
A fotografia apresenta apenas duas dimensões reais, que você pode perceber com teus sentidos, que são a largura e a altura. A profundidade, ou seja, a distância que existe entre o que está na frente, que está mais próximo à câmera, e o que está ao fundo, mais distante, não é percebida com os sentidos do corpo, mas deduzida através do processo da memória.
Você sabe que essa distância existe porque você conhece isso que está vendo, sabe que existe um plano de profundidade, então, com base nesse conhecimento armazenado na memória, você deduz esse plano. E é dessa forma que você tem uma noção perfeita dessa terceira dimensão, a profundidade, mas você não a percebe de fato, porque ela não existe no quadro da fotografia, que é plano, mas sim em seu conteúdo subjetivo; e ela não é “percebida” pelos teus sentidos, mas sim pelas informações armazenadas na tua memória.
A fotografia tridimensional vem para nos permitir romper essa limitação inata da fotografia convencional, que é a ausência da percepção de profundidade, embora, em hipótese alguma, uma modalidade fotográfica seja melhor, ou superior à outra. Isto está longe de ser verdade. As duas são magníficas, e cada uma delas tem suas próprias nuances e nos conduz a experiências distintas que, em minha opinião, são imprescindíveis… para quem é apaixonado por fotografia, bem dizendo…
O processo de produzir fotografias tridimensionais é conteúdo de um livro que está quase pronto, e será disponibilizado aqui no Fotografia-DG em breve. Enquanto isso, vamos aprender como “ver” fotos 3d, para podermos curtir um pouco algumas delas aqui.
Como podemos trazer a dimensão da profundidade que existe no mundo real para dentro da fotografia? No mundo real, nós percebemos profundidade porque temos “dois” olhos pra ver, e é a junção das imagens dos dois olhos que nos dá a real percepção dessa dimensão. Então, sabendo disso agora, fica fácil resolver. Vamos simplesmente fornecer, através da fotografia, essas informações que captamos do mundo real. Você não vai mais deduzir a profundidade de campo usando a memória, você vai percebê-la diretamente, contemplando uma fotografia… Uma não, duas… e ao mesmo tempo…
Vamos ver como é que é isso, porque falar só não é suficiente…
Você sabe envesgar os olhos? Se você disser que não, estará enganado. Todos sabemos, porque é um processo natural do corpo humano. Aliás, é isso que nos permite perceber profundidade no espaço à nossa volta.
Então vamos lá, tentar ver essas imagens aí embaixo em 3d. Apenas observe a imagem à sua frente naturalmente, mantendo a cabeça reta para que o plano dos olhos fique bem alinhado com o plano horizontal das fotos, e comece a envesgar os olhos devagar, até o momento em que as duas fotos estejam sobrepostas uma à outra, formando uma imagem só, no centro. Depois que as duas fotos se sobrepõem e se encaixam, ficando com o foco bem nítido, podemos perceber, através da visão periférica, mais duas tênues imagens, uma de cada lado da imagem central que você está focalizando. É assim mesmo, apenas não preste atenção a elas. Pratique um pouco e não desista. Não é difícil. Se parecer que é, é apenas por causa do hábito em usarmos os olhos de uma determinada maneira, que pode ser superado com um pouco de dedicação. Depois de conseguir, vai ver como “era” ridiculamente fácil… Muito parecido com andar de bicicleta, que é super super super difícil… até o momento em que você aprende…
Clique para ampliar, quanto maior a imagem, melhor o resultado.
Assim que começamos a envesgar tentando focalizar cada foto com o olho correspondente, a imagem fica meio confusa, e o cérebro entra em alerta para tentar resolver o problema, e mesmo alguns instantes antes das imagens ficarem sobrepostas, quando estiverem quase entrando em foco, o cérebro entende o que está acontecendo e assume o controle realizando o foco. A partir daí é função do cérebro manter o foco da visão, e você fica livre para observar cada detalhe que desejar, olhar para cada ponto da imagem sem se preocupar em manter o foco.
No entanto, como o cérebro tem essa função de manter a visão em foco, ele também vai tentar manter o foco antes de você começar a envesgar, quando ainda estiver olhando para a tela com as duas imagens lá, de modo que o exercício real que você deve empreender é tentar romper essa barreira inicial, essa tendência em manter o foco nos objetos que você está olhando.
Obs – Se quiser treinar um pouco o processo de envesgar você pode experimentar o conhecido exercício de estender um dedo diante dos olhos e, mirando nele, aproximá-lo e afastá-lo do rosto devagar, acompanhando sempre com os olhos focados no dedo. Procure aproximar o dedo o máximo que puder do rosto sem perder o foco. Enquanto estiver praticando esse exercício, experimente desviar a atenção do dedo para os objetos que estão atrás, mas não mude o foco dos olhos, continue olhando para o dedo, apenas a atenção é que muda.
Mais duas imagens pra gente dormir bem hoje… Olha que coisa linda…
Galera, por enquanto tá de bom tamanho. Vamos assimilar isso que vimos até agora porque ainda tem muita coisa pela frente, e essa é apenas uma introdução ao fantástico mundo da fotografia tridimensional. Se você está achando difícil e ainda não conseguiu ver em 3d, eu insisto: não desista! Persista, porque vale muito esse esforço. O resultado é deslumbrante, acredite.
Por favor, comente abaixo suas impressões, facilidades ou dificuldades, faça perguntas, exponha suas dúvidas, dê sua opinião, ou mesmo alguma dica, caso já conheça esse assunto e esteja familiarizado com ele.
Recentemente eu criei um grupo no Facebook para trocarmos experiencias tridimensionais, está bem no começo ainda, se quiser se juntar será um prazer ter você lá…
https://www.facebook.com/groups/173534269860538/
Nos próximos artigos vamos abordar mais sutilezas surpreendentes desta pérola que é a fotografia tridimensional, aguardem… e escrevam… Um grande abraço a todos, e até lá…
Ah, você não acreditou na história da Trypliciae dhimensionalis, né?… fiquei preocupado.