O Começo do Ódio
Na noite de sexta passada (13) um ataque terrorista deixou Paris em choque. Membros do ISIS usando AK-47 abriram fogo em pontos movimentados deixando 129 mortos e 352 feridos. Os 8 terroristas morreram. O Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque em resposta aos “bombardeios contra os muçulmanos em terras do califado”. Disto todo mundo já sabe.
A França ataca o EI desde 2014 porque faz parte da coalisão com os Estados Unidos contra o grupo extremista fazendo ataques regulares em células do ISIS, e depois do atentado à Paris, mais forte agora. Sem “coitadismos” a França com os seus bombardeios já matou muita gente inocente no caminho (inclusive crianças), da mesma forma que um grupo selvagem de religiosos extremistas matam por intolerância religiosa. Não existem mocinhos na guerra.
Em entrevista à CNN Alex Majoli, fotógrafo italiano da Magnum que estava em Paris no momento do ataque, disse que teve duas impressões: “A primeira: que Paris estava deserta. A segunda, no entanto, ele diz que é muito mais difícil de descrever”.
“À tarde, as pessoas estavam indo ao local dos ataques, levando flores, mas tirando muitas selfies”, e continua “Eu não sei como explicar isso. Eu não quero dizer que as pessoas tinham interesses superficiais, mas… não é puro (de emoção)”. E continua dizendo que talvez a razão seja pela mudança de como as pessoas enxergam o cenário de morte, seja em casa ou em algum canto do mundo. Majoli diz também que as mídias sociais talvez tenham mudado a dinâmica com que a sociedade responde a esses ataques. Fotografar o dia depois do ataque foi particularmente interessante para ele. Observar as pessoas ao seu redor e ver suas reações diante do ocorrido. Fotografar as pessoas que cumprem os seus respeitos pelas vidas dos perdidos e simultaneamente tentam seguir com suas vidas.
“Eu estava tomando café com um amigo quando ele me mostrou o título de um jornal italiano”, o título era “Bastardi Islamici”, “É um título chocante para mim. Um título de ódio… É o começo do ódio que começa na Europa. Nós não queremos falar sobre as cruzadas, são palavras marcantes, mas está acontecendo novamente”.
Fonte CNN International