10 dicas para fotografia de paisagem
Como fotógrafo de fotografia de paisagem, desenvolvi ao longo dos anos um workflow com as técnicas que mais utilizo e me ajudam a obter os melhores resultados nesta área.
Neste artigo, vou partilhar convosco algumas dicas de fotografia que recomendo aos participantes dos meus workshops, e que considero bastante úteis para quem pretende obter os melhores resultados como fotógrafo de fotografia de paisagem.
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1 – O tripé é essencial na fotografia de paisagem
Por norma, na foto de paisagem utiliza-se valores de ISO baixo (exº ISO 100, para se obter o menor ruído possível) conjugados com aberturas pequenas (exº f/22, para se obter a maior profundidade de campo). Como os ISO’s baixos são pouco sensíveis à luz e uma abertura pequena significa que o diafragma da objectiva está mais fechado, então será necessário um tempo de exposição mais longo para a fotografia ficar exposta correctamente. Nesse sentido, um tripé robusto é uma ferramenta essencial para nos garantir que a câmara fica completamente estática durante a exposição.
2 – Você precisa de uma Bolha de Nível Dupla
Este é um dos acessórios mais importantes para o fotógrafo de paisagem. A bolha de nível dupla encaixa-se na sapata do flash, garantindo horizontes direitos na horizontal e vertical. Defendo desde sempre que devemos extrair o máximo de uma fotografia no “terreno”, por isso nivelar horizontes posteriormente no Photoshop está fora de questão, essa tarefa não só me iria roubar mais tempo em frente ao computador como ainda iria perder alguns pixeis por cada ajuste tendo em conta que teria de fazer sempre um crop à imagem.
3 – Outro acessório essencial é o Cabo Disparador
Outro acessório essencial e que deverá ser utilizado em simultâneo com o tripé, é o cabo disparador que permite accionar o obturador sem termos contacto directo com a câmara através das nossas mãos. Nesse sentido as fotografias não ficam tremidas sempre que é necessário um tempo de exposição longo. Se não possui este acessório poderá sempre optar por utilizar o temporizador da sua câmara e evitar a trepidação causada pelo contacto manual com a câmara, mas há que ter em conta que esta será apenas uma solução de recurso.
Veja-se o exemplo: se quisermos captar um momento numa fracção de segundo ou disparar no modo continuo, ainda que com velocidades lentas, só será possível através da utilização de um cabo disparador.
4 – Use o Mirror Lock-Up
Com a utilização do tripé e cabo disparador, podemos reduzir ainda mais a hipótese de trepidações indesejadas, é aqui que entra o mirror lock-up. Depois de seleccionada esta opção na nossa câmara, e após premir o obturador o espelho é recolhido. Se posteriormente olharmos pelo visor da câmara irá aparecer tudo negro porque o espelho já foi recolhido e não reflecte a imagem para o visor. É por isso essencial que o enquadramento já tenha sido escolhido, depois só teremos de premir novamente o obturador para accionar as cortinas e a luz impressionar o sensor.
Trata-se de uma funcionalidade a dois tempos e que pode ser bastante vantajosa com o uso de teles ou em situações de longas exposições para que se obtenham imagens com a maior nitidez possível.
5 – Tenha mais Nitidez com a Focagem Hiperfocal
É uma técnica bastante utilizada pelos fotógrafos de fotografia de paisagem, que por norma pretendem obter nas suas imagens nitidez desde o primeiro plano até o infinito. No entanto, quando se houve falar em hiperfocal é sinónimo de dúvidas e confusão. Vamos simplificar: esta técnica assenta no principio óptico básico de a área correspondente aos 2/3 à frente do ponto de foco e a área correspondente ao 1/3 atrás do ponto de foco também aparecerem nítidas.
Neste sentido se focarmos no infinito estaremos a desperdiçar a área correspondente aos 2/3 à frente do ponto de foco, por outro lado se focarmos no primeiro plano estaremos a desperdiçar a área correspondente ao 1/3 atrás do ponto de foco. Assim sendo, para maximizarmos a área de nitidez na imagem devemos focar num ponto localizado a 1/3 da objectiva. A dificuldade pode surgir precisamente na localização da marca da distância hiperfocal, a boa noticia é que pode encontrar online inúmeras calculadoras e tabelas que pode imprimir para o ajudar no momento do click.
6 – Utilize Filtros Fotográficos
A partir do momento que comecei a utilizar filtros fotográficos as minhas fotografias ganharam uma nova dimensão, desde aí que não prescindo deles e na minha mochila acompanham-me sempre os seguintes exemplares:
Filtro Polarizador Circular
Elimina reflexos de superfícies não metálicas proporcionando cores mais intensas e maior contraste. É extremamente útil para acentuar o azul do céu, intensificar as cores da vegetação e revelar elementos que se encontram debaixo de água.
Filtro de Densidade Neutra
Filtro cinzento igualmente opaco a todas as cores do espectro e que, portanto, não afecta as cores finais da imagem. Utilizo quando pretendo aumentar o tempo de exposição e captar o movimento da água ou nuvens.
Filtro Graduado de Densidade Neutra
Serve para equilibrar as diferenças de luz existentes entre o que está acima e abaixo da linha do horizonte, uma vez que por norma existe sempre mais luz no céu. Na parte superior o filtro é cinzento e opaco enquanto que na parte inferior é totalmente transparente.
7 – Tenha uma Grande Angular
Há quem diga que fotografia de paisagem é sinónimo de grande angular, se por um lado os filtros permitem um aumento de criatividade a inclusão de uma grande angular na nossa lista de equipamento permite a entrada numa nova dimensão. Estas objectivas apresentam um grande campo de visão e oferecem ao fotógrafo perspectivas de visão únicas.
8 – Composição / Regra dos Terços
De nada adianta ter conhecimentos técnicos se na hora de compor uma imagem não tivermos um cuidado especial. A regra dos terços é uma maneira simples e um bom ponto de partida para se conseguir uma composição equilibrada, para utilizá-la deve-se dividir a fotografia em nove quadrados, traçando duas linhas horizontais e duas verticais imaginárias, e posicionando nos pontos de cruzamento o assunto que se deseja destacar.
9 – Tenha atenção à Meteorologia
Na preparação de uma saída fotográfica para o exterior, devemos atempadamente consultar as previsões meteorológicas em sites da especialidade. Para um fotógrafo de paisagem natural não há nada pior do que um dia de céu limpo. A regra é “mau tempo = bom tempo para fotografar”, por isso se as previsões anunciam nuvens e possibilidade de chuva, prepare a mochila e vá fotografar, as possibilidades de captar momentos dramáticos, luz de transição e até um arco-iris serão muito maiores.
10 – Golden Hour
Mais de 90% das minhas imagens são captadas nos momentos imediatamente antes e a seguir ao nascer e por do sol. Durante estes dois períodos do dia o sol está posicionado num ângulo baixo, a luz rasante e dourada cria longas sombras horizontais que conferem profundidade ás imagens e em simultâneo as texturas dos elementos são reveladas.
Realizar uma sessão fotográfica ao pôr do sol é fácil para qualquer fotógrafo, devemos chegar com alguma antecedência e “bater” a zona à procura de potenciais enquadramentos para fotografar na hora mágica. Já a fotografia ao nascer do sol, exige um planeamento mais elaborado: teremos de ter estudado previamente o local a fotografar, ter força suficiente para sair da cama quando o despertador toca (no Verão o sol nasce bastante cedo, por isso é perfeitamente comum acordar as 04:00 AM) fazer o percurso ainda na escuridão da noite e encontrar o local previamente escolhido para estarmos prontos no momento em que os primeiros raios de luz iluminam o spot escolhido.
Espero que esta lista de dicas lhe ajude a tirar mais e melhores fotografias de paisagem, e que acima de tudo se divirtam.
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