Entrevista com Paula Roselini
Paula Roselini é fotografa do Rio Grande do Sul, focada em retratar pessoas e sempre com alguma carga emocional. Seu trabalho é inspirador, são retratos unidos e comoventes. Buscamos saber um pouco mais dela nessa conversa:
Quem é Paula Roselini?
Mãe do Maui, casada, natural de Porto Alegre e completamente apaixonada por retratos. Tenho 31 anos e moro em Marau/RS.
Como você define o teu estilo fotográfico?
Acredito em todo amor que existe nesta vida, por isso minha fotografia é sinônimo de sentimento. Procuro enfatizar a expressão, o sentimento dos retratados da forma mais simples e verdadeira possível. Gosto de registrar o simples, o que vem do coração e da alma. Trabalho basicamente com locações externas e luz natural.
Como e quando você decidiu que ia ser fotógrafa? E como decidiu que ia seguir nesse estilo?
Foi tudo muito por acaso. Sempre me interessei por fotografia. Talvez esteja no sangue, cresci com meu avô, um apaixonado que não conseguiu viver da arte. Lembro do prazer ao reunir a família e ver aqueles álbuns antigos, o que sempre me fascinou. Após anos trancada em escritórios, na área financeira e administrativa, resolvi encarar o desafio; joguei tudo pro alto e fui atrás de algo que realmente tocasse meu coração.
Teu trabalho é carregado de emoções, são retratos únicos e uma das maiores características é ser acessível a todos, crianças, famílias, casais, adolescentes, mulheres, qual é o segredo para conseguir trabalhar com todos esses públicos?
Mais uma vez volto na questão do sentimento. Independente do público, eu gosto de registrar onde há o amor, seja ele próprio, de família, casais apaixonados. E ao conhecer essas pessoas e suas histórias, mesmo que em breve momentos que passamos juntos, procuro entender o que desperta esse sentimento nelas, descobrir o que as motiva, fazer parte realmente disso, e aí fica fácil, o sentimento transborda e estou ali para eternizar tudo.
O que mais te inspira?
Meu filho Maui, de seis anos.
Depois dele, tudo faz sentido; o significado do amor é muito mais puro e verdadeiro, é mais fácil poder enxergar e compartilhar com as pessoas. Tudo o que faço, toda a experiência que vivencio através da fotografia e tudo que aprendo é tentando me tornar uma mãe melhor, poder ensinar bons valores e valorizar os sentimentos, como o amor.
Como é o teu processo de criação? E como é a escolha das locações?
Sem mistérios, praticamente é tudo criado na hora, de forma bem simples, sem grandes produções e de acordo com a personalidade do retratado. Sugiro sempre que a pessoa escolha a locação de acordo com a sua história, para que possamos ter a maior verdade possível nos registros. Assim como as roupas e acessórios. Ao conhecer um pouquinho mais das pessoas e entrar em sintonia com elas, vou conseguindo encaixá-las da melhor forma no cenário. A idéia é que a junção da locação, como um todo, e retratado, falem por si e despertem sentimentos a quem observa.
Tem algum sonho a se realizar na fotografia?
Poder viajar com meu trabalho, conhecer novos lugares, novas pessoas, culturas de diferentes lugares do mundo.
Se você tivesse um patrocínio de alguma empresa para algum projeto fotográfico, qual seria?
Gostaria de poder retratar crianças com câncer, dividir histórias, aprender mais com elas e poder levar alegria com o meu trabalho. Perdi meu avô há pouco tempo numa luta contra a doença e percebi o quanto o carinho é importante, fundamental. Poder doar-se um pouco mais nesse projeto seria incrível.
Quem são seus fotógrafos favoritos?
São tantos. Em especial Fer Juaristi com sua criatividade incrível e meu grande mestre e amigo Juliano Coelho a quem devo muito por estar vivendo da fotografia hoje.
E por fim, você teria algumas dicas para dar para nossos leitores que estão se iniciando na fotografia e tem dificuldade em direção de modelos?
Se entreguem de alma a cada trabalho. Fotografem com o coração. Doem-se. Busquem felicidade. O resto é conseqüência.
Gosto muito daquela frase de John Sexton que diz: ‘Fotografe o que é importante pra você, e talvez um dia suas fotos sejam importantes para os outros. ’
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