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FOTOGRAFO S/A . Você é uma empresa! (PARTE 2)
Esta é a segunda vez que escrevo aqui do DG e para você que ainda não leu o texto anterior me apresentarei novamente. Chamo-me Roni Sanches e sou fotógrafo de retratos.
Se ainda não leu o meu artigo anterior acesse: FOTOGRAFO S/A . Você é uma empresa!
Com estes textos quero explicar de forma objetiva os comportamentos empreendedores pesquisados pela Organização das Nações Unidas como fator de assertividade e sucesso nos negócios, traduzindo estas características para a realidade de quem trabalha ou quer trabalhar com fotografia.
Nosso primeiro comportamento empreendedor de hoje é a busca de informação – Você usa essa ferramenta como fotógrafo quando pesquisa a área que deseja atuar, se já atua quais são os seus potenciais concorrentes e o que eles fazem, quem são os clientes, onde eles estão e o que agrega valor para eles de fato. Seguir o método tradicional de busca na Internet é válido. Mas existe um método usado por Einsten, Graham Bell e outros que tem gerado grandes resultados chama-se TBC (Tirar a b….a da cadeira), é isso mesmo, nada substitui um bom teti-a-teti, ver como a coisa funciona na prática.
É trabalhoso? Sem dúvida, acertar dá trabalho, poucas vezes é ocasional, na maior parte é fruto de muito trabalho e foco. Perguntar para outros profissionais é legal, agrega, mas tenha seu foco principal no cliente, acredito que isso valha para todas as modalidades da fotografia: publicitária, books, newborns, arquitetura, still, praticamente tudo.
Na fotografia de estúdio, que é o meu caso, pesquisar exatamente em sua região faz toda a diferença, pois algo que dá muito certo no Sul do Brasil pode não ter nenhuma demanda no Nordeste e por aí vai, você tem que descobrir o que o seu público alvo quer consumir.
Enfim existem diversas modalidades de TBC que podem mudar a dinâmica da sua empresa (você é a empresa, Ok?).
Nosso próximo comportamento empreendedor é polêmico – ESTABELECIMENTO DE METAS – coloquei em caixa alta já que sem esse comportamento ficamos nadando e nadando para chegar a lugar nenhum, quantos de nós fotógrafos passamos a vida sem objetivos definidos? Você assistiu Alice no País das Maravilhas? Na versão antiga havia uma cena emblemática mais ou menos assim:
– Alice chega a um ponto central com diversos caminhos e confusa começa chorar, um coelho aparece e pergunta qual a razão do sofrimento, ela então diz que não sabe qual caminho seguir, o coelho pergunta: “Mas para onde queres ir?” Ela responde: “Não sei” ele replica: “Para quem não sabe onde quer chegar qualquer caminho serve”. Esta cena é perfeitamente aplicável à fotografia profissional inicial, se começa oferecendo tudo, tentando mirar um caminho que não se sabe onde vai dar, por não ter um objetivo definido.
Minha dica é: Estabeleça metas com um significado pessoal para você, coloque uma data plausível para alcançá-las, especifique como atingi-las, escreva de forma clara em um papel e leia-o sempre. Quais são seus objetivos, onde quer estar daqui a 20 anos? Parece longe? Então comece com os seus ideais para 1 ano e depois vá aumentando, pense a médio e longo prazo, mas tenha metas, trace caminhos para chegar.
Minha esposa foi voluntária durante muitos anos em trabalhos assistenciais com moradores de rua e certa vez ela me disse que o que levava as pessoas a esta condição, muitas vezes era a ausência de metas de longo prazo, entrar numa corrente de obter apenas o necessário para o agora, o alimento de hoje a dormida de hoje.
Nosso último comportamento empreendedor é o Planejamento e monitoramento sistemático – Um fotógrafo tem obrigatoriamente que desenvolver o pensamento em longo prazo, pensando no futuro e programando as próximas sessões ou eventos, planejando as estratégias de marketing do próximo mês, do próximo ano. Planejar a expansão do negócio é fundamental para que ela ocorra.
As coisas simplesmente não acontecem se você não tiver metas e planejamento, qualquer que seja.
Isso é muito difícil para a maioria das pessoas, mas comece a dividir as suas metas maiores em pequenas tarefas e dê um prazo para concluí-las, se você tiver outras pessoas em sua equipe identifique quem deve fazer, explique o motivo e dê um dia e horário para que seja entregue. Se for só você faça o mesmo.
Um exemplo: Se você trabalha em home estúdio e pretende ter um estúdio de rua, estabeleça quando pretende fazer essa mudança, pesquise quanto isso custará e calcule quantos books você precisará fazer em casa para atingir esse objetivo e assim por diante.
Em uma das viagens que fiz para o Sul do país, ao visitar vinícolas familiares, percebi que eles contabilizavam tudo em garrafas de vinho: “Quando alcançar a produção de tantas garrafas trocarei de carro, para adquirir aquela propriedade preciso aumentar a minha produção para tantas garrafas”. Achei interessante e adaptando para nossa realidade, hoje cálculo várias metas em ensaios. Inclusive algumas pessoais, quando minha esposa projeta aquela viagem no meio do ano, o cálculo é rápido sobre quantos books a qual ticket médio ter para viabilizar, etc…
Cada caso é um caso, mas em todo cenário, você fotógrafo S/A tem que traçar metas que te projetem para frente, aonde você pretende estar em determinado tempo.
Aproveito para convidar você que esta terminando esta leitura a traçar agora suas metas para o próximo ano e definir onde quer que sua fotografia esteja. Quais são suas aspirações? Agora é o momento para defini-las e traçar um planejamento para alcançá-las.
Finalizo partilhando o quanto eu acredito na fotografia nacional. Vejo talentos incríveis, é impossível não tomar consciência dos grandes fotógrafos que estão emergindo em todo universo recente da fotografia brasileira, com nossa criatividade e ousadia temos muito que crescer, mas precisamos buscar preciosas informações, definir nossos objetivos (metas) e a forma como vamos alcançá-los (planejamento).
Um 2014 espetacular para você!
Obrigada por ler e comente, quero saber se foi útil.