Entrevista a Rita Barreto, vencedora de vários concursos
Ganhar concursos, participar de exposições e ter trabalhos publicados em grandes sites não é fácil. Precisa determinação, foco, otimismo e paixão. Rita Barreto já participou de diversos concursos, dentre eles, o II Salão Nacional de Fotografia de Araraquara, em 2008 onde ganhou o primeiro lugar. Desde criança, ela já gostava de fotografar. Seu pai publicitário tinha uma Yashica e Rita adorava brincar com ela, até gastar todos os slides. Mas foi com 42 anos que decidiu estudar fotografia. Para ela, é preciso buscar inspirações, olhar muitas fotos para ter noção de ângulo. Rita Barreto também revela sua forte paixão pelo Brasil, que é tema de quase todos os seus trabalhos.
1 – Como e quando a fotografia entrou na sua vida?
Desde criança já gostava de fotografar, meu pai publicitário tinha uma Yashica onde usava no trabalho. Pegava escondido sua câmera e acabava com os filmes, na época slides. Mas com 11 anos de idade meu amor ficou ainda mais forte. Sempre observei muitas fotos em revistas e livros, costumava copiar os ângulos, comprava vários cartões postais dos lugares que visitava e fotografava igual. Isso ajudou no quesito enquadramentos e composições. Quando decidi estudar fotografia, tinha 42 anos de idade,. Fiz vários cursos em São Paulo, inclusive o básico de fotografia. Foi a escola Riguardare que me deu base.
2 – Boa parte do seu trabalho é voltada para fotos com a temática “Brasil”. De onde partiu a ideia de fotografar a cultura brasileira?
Não é uma idéia, é paixão pelo país. Já troquei viagens para a Europa pelo Brasil. Gosto das cores, do sol e do povo brasileiro e em especial os índios.
3 – Que tipo de equipamento você usa?
Equipamento digital Canon 7D e 50 D – Lentes básicas teleobjetiva, grande angular, 50 mm e macro.
4 – Você acha que a busca pelo conhecimento em gestão de vendas, comunicação e marketing são indispensáveis para o fotógrafo?
A fotografia era somente hobby até 2007., depois comecei ganhar dinheiro com a fotografia por acaso, fiz minha primeira imagem para livro didático e gostei do desafio. Fotografo assuntos variados, venho me dedicando diariamente com muito prazer e colaborando com editoras, algumas revistas e catálogos. Além da comunicação acho também importante a organização. Quanto ao marketing, quero que minha fotografia seja meu cartão de visita.
5 – Quais são 5 características positivas que o fotógrafo deve ter? e as 5 que o fotógrafo NÃO deve ter?
Positivas são:
- Ética profissional
- Persistência
- Paciência
- Dedicação
- Organização
- Planejamento
Negativas:
- Ser invasivo
- Falta de respeito
- Atrevimento
- “Estrelismo”
6 – Como é a sua rotina de trabalho?
Fiz um curso de Organização e Métodos no Trabalho assim que cheguei a São Paulo em 1983. Depois dele minha vida mudou. A sala de televisão se transformou em escritório, recém-reformado, documento tudo, pedidos, contratos, autorizações e notas fiscais, tudo separado por editoras. Tenho quatro HD’s externos., A busca rápida das imagens é importante para fluir a rotina de trabalho. Quando viajo, tem alguém de plantão atendendo as pesquisas.
7 – Como é o seu processo de criação?
Quem fotógrafa para livros didáticos tem olhar no automático, já no autoral deixo fluir minha sensibilidade, não costumo planejar.
8 – O que você acha da geração de “fotógrafos” que está surgindo agora?
A maioria vem se revelando com belos trabalhos, por outro lado tem muita banalidade.
9- Você já participou de muitos concursos e ganhou alguns. Qual é a dica que você dá para quem quer ingressar nessa categoria
Sim, participei de salões, bienais e concursos nacionais e internacionais. Ganhei algumas medalhas e menções honrosas. Sugiro persistência e dedicação. Algumas exposições coletivas e individuais.
10 – Quais são os fotógrafos que te inspiram?
Araquém Alcântara. Hoje, além dele admiro o trabalho do Luciano Candisani (que tem um olhar poético que emociona), de Maureen Bisilliat, de Claudia Andujar e muitos outros.