3 profissionais em destaque na fotografia de moda

No concorrido domínio da fotografia de moda, conquistar um espaço no mercado profissional e construir uma carreira duradoura exige obstinação e habilidade para executar a técnica em harmonia com o olhar artístico que é imprescindível ao ofício.

Mais do que uma mera distinção pessoal, a capacidade de ousar no âmbito criativo e quebrar paradigmas já eternizou nomes como referência nesse universo, e segue como uma característica tão essencial ao sucesso do fotógrafo quanto o conhecimento de processos e a persistência para sobreviver no meio.

Inspire-se em alguns dos trabalhos e profissionais de destaque que marcaram a história da fotografia de moda por conta de sua originalidade.

Audrey Hepburn para a Maxim em Julho de 1959, por Richard Avedon.

Um verdadeiro revolucionário no mundo da fotografia fashion, o nova-iorquino Richard Avedon adquiriu conhecimentos técnicos para lidar com fotos no período da Segunda Guerra Mundial, durante os dois anos em que serviu como fotógrafo Segunda Classe da Marinha Mercante.

Utilizando a Rolleiflex com lente dupla que havia ganhado de seu pai, Avedon fazia retratos de identificação dos tripulantes, e desenvolveu um estilo dinâmico que levou consigo quando deixou a Marinha para trabalhar com fotografia de moda.

Discípulo de Alexey Brodovitch, diretor de arte com quem estudou no laboratório de design da New School for Social Research, Richard Avedon dispensou os padrões tradicionais de conceitos fotográficos da época e colocou a arte em pauta.

Investiu em fotografias fora do estúdio e em novas composições, além de fazer as modelos atuarem, sorrirem e assumirem posições ousadas. Antes de Avedon, as modelos ficavam paradas como uma estátua, algo inimaginável nos dias de hoje.

Veruschka, em Janeiro de 1967, por Richard Avedon.

Stephanie Seymour para a Chanel em Setembro de 1994, por Richard Avedon.

Nadja Auermann, “In Memory of the late Mr. and Mrs. Comfort”, em Agosto de 1995, por Richard Avedon.

Outro nova-iorquino cuja visão artística marca uma geração é Steven Meisel. Um dos mais aclamados e controversos fotógrafos de moda da atualidade, Meisel é fascinado pela beleza desde a infância.

Formado em ilustração, trabalhou para publicações direcionadas à indústria da moda, como a Women’s Wear Daily, antes de pegar de fato nas câmeras. O fotógrafo confessa que costumava rondar agências de modelo, quase como um paparazzi, tentando capturar imagens das beldades que de lá saiam, e passou a se dedicar à fotografia regularmente nos finais de semana até atrair a atenção de editores da Seventeen Magazine.

Visionário e irreverente, Steven Meisel impacta, impressiona, e polemiza com as suas imagens. Na busca constante pelo novo, construiu uma estética diversa e um estilo difícil de categorizar. “Meu estilo muda constantemente. Moda é sobre mudança. Para continuar atual e entusiasmado, eu tento abordagens novas e diferentes.” Um mestre da reinvenção, Steven Meisel cria trabalhos regados de referências vindas da arquitetura, fotografia, pintura, e também do cinema, com resultados que influenciam altamente aquilo que se pensa sobre publicidade e fotografia de moda.

“State of Emergency”, Vogue Italia, Setembro de 2006, por Steven Meisel.

“Makeover Madness”, Vogue Italia, Julho de 2005, por Steven Meisel.

Campanha de Outono/Inverno 2008 da Alberta Ferretti, por Steven Meisel.

Campanha de Verão 2013 da Lanvin, por Steven Meisel.

O último, mas não menos influente dos fotógrafos escolhidos para mostrar o poder da inventividade na consolidação de uma carreira na fotografia de moda, é Mario Testino. O peruano, que antes de enveredar pela área estudou economia, direito e relações internacionais, chegou a morar em um apartamento dentro de um hospital abandonado perto da Trafalgar Square em 1976, quando se mudou para Londres. Lá treinou fotografia e começou sua carreira vendendo portfólios para aspirantes a modelo pela bagatela de 25 libras.

Hoje, um fotógrafo de moda e retratista renomado, Testino é especialista na arte de registrar seus modelos no momento em que se encontram confiantes o bastante para revelar suas melhores versões diante das lentes.

Sua obsessão por retratá-los nos instantes mais positivos e de maior afirmação criou uma linguagem de expressão quase icônica. “É como o resultado de uma fórmula de álgebra. […] Você documenta um momento tão mínimo, uma fração de segundo. […] Em nossas vidas, em uma média de 85 anos, mais ou menos, pode existir um único instante que sintetiza você como ser-humano. A magia é conseguir capturar, naquele momento, a alegria, a delicadeza e a essência do fotografado.“